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Da Redação
Publicado em 27 de abril de 2022 às 18:06
Em uma sociedade tão ampla e distinta, viver em harmonia é visto como um desafio, seja por conta das diferenças sociais, religiosas ou raciais. Essa desigualdade não é encontrada apenas nas ruas, mas também dentro das salas de aula. De acordo com o relatório Digital Skills, realizado pela startup de educação Tera, em parceria com a Mindminers, a população negra é uma das que mais sofre discriminação no meio digital, onde apenas dois a cada 10 profissionais são negros, e um em cada quatro trabalha na área do marketing digital. Após notar uma disparidade entre alunos brancos e negros, onde as turmas em sua maioria não eram preenchidas por estudantes de outras etnias, a M2BR Academy, escola de marketing digital, criou o Programa Ubuntu, responsável por oferecer bolsas de estudos integrais para pessoas negras e trans em todos os 20 cursos disponíveis na sua grade.>
“Sabemos que políticas de inclusão são importantes e as oportunidades não são iguais para brancos e pretos. O ponto de partida não é o mesmo, é sobre ajudar a equilibrar anos e mais anos de desigualdade. O programa nasceu da nossa vontade de fazer parte da mudança que queremos”, comenta Luís Paulo da Silva, diretor executivo da M2BR. Cerca de 30% das vagas dos cursos disponibilizados pela escola são oferecidas para pessoas negras que desejam se aperfeiçoar na área do marketing digital. Através de um formulário de inscrição, disponível no site, é possível escolher o curso que pretende fazer, assim como os horários e os dias da semana. Após, de acordo com a abertura das turmas, os inscritos são contemplados com as vagas. Oportunidade, estudo e mercado de trabalho A designer Nathália Conceição foi uma das contempladas pelo Ubuntu e viu na M2BR a oportunidade de se aperfeiçoar para o mercado de trabalho, dando um upgrade em seu currículo e nas suas habilidades. "Poder fazer parte do programa teve uma importância enorme na minha trajetória, como designer e como social media, porque acabei aprendendo a ver novos horizontes e possibilidades dentro da rede”, afirma a profissional. Além de fazer parte do projeto, Nathália conseguiu abrir novas portas por conta da sua dedicação e conhecimento, sendo convidada a integrar o time de colaboradores da M2BR como diretora de arte. De acordo com a designer, programas como este são fundamentais para toda a sociedade que não possui privilégio de estudar em cursos especializados. >
“Graças a programas como esse, a população marginalizada tem acesso a novos conhecimentos, que nos faz ter mais chances e destaque no mercado de trabalho”, pontua Nathália. Eu sou porque nós somos Segundo a filosofia africana “Ubuntu”, o ser humano possui capacidade de compreender, aceitar e se relacionar de forma positiva com o outro. De uma maneira geral, esse conceito significa tratar a todos com solidariedade, compaixão, felicidade e em harmonia, em outras palavras, a existência de um, só é possível por conta do outro: Eu sou porque nós Em plena expansão, o projeto buscará nos próximos anos aumentar o número de vagas para bolsistas e sempre investir em um rodízio a fim de que todos os inscritos possam ser contemplados. >
“Dessa forma, a gente começa a dar passos para que essa população que é menos favorecida e não tem tanta oportunidade possa ocupar cada vez mais espaço”, salienta a diretora de arte. O principal objetivo do UBUNTU é investir em talentos através da educação. Desde o seu início, há cerca de um ano e meio, mais de 40 alunos negros se formaram.>