Espanha decide dissolver governo catalão e antecipar eleições; milhares protestam

Além de bandeiras da Catalunha, manifestantes carregam cartazes pedindo a liberdades dos ativistas presos

Publicado em 21 de outubro de 2017 às 17:02

- Atualizado há um ano

. Crédito: PAU BARRENA_AFP

Autoridades da Catalunha, entre elas o presidente regional, Carles Puigdemont, e milhares de pessoas participam de manifestação no centro de Barcelona contra as medidas decididas neste sábado (21) pelo governo da Espanha para restabelecer a ordem constitucional na região.

Com gritos de "independência", o protesto foi organizado com o lema: "Em defesa dos direitos e das liberdades". A manifestação já tinha sido convocada há alguns dias para exigir a liberdade de dois líderes de entidades sociais independentistas que foram detidos.

Os dois foram presos provisoriamente por ordem da Audiência Nacional da Espanha, acusados do crime de "insurreição" por promover o assédio à Guarda Civil em Barcelona quando os agentes federais faziam uma operação em uma sede do governo regional em setembro.

Além de bandeiras da Catalunha, os manifestantes carregam banners com inscrições pedindo a liberdades dos ativistas separatistas Jordi Sanchez, presidente da Assembleia, e Jordi Cuixart, líder do instituto Omnium Cultural, um dos organizadores da manifestação.

O porta-voz do Omnium, Marcel Mauri, disse na manifestação que o plano do governo central da Espanha tem como objetivo tomar controle dos poderes regionais "para destruir a democracia".

O vice-presidente regional da Catalunha, Oriol Junqueras, pediu que a população participe do protesto depois das medidas tomadas pelo governo de Mariano Rajoy. Para ele, os cidadãos devem proteger a Catalunha do totalitarismo.

O governo da Espanha propôs hoje a destituição de Puigdemont e de toda sua equipe, a limitação das funções do parlamento regional e a convocação de eleições no prazo máximo de seis meses.

A proposta, que ainda deve ser autorizada pelo Senado, significa que o governo central assumiria temporariamente o controle da Catalunha, comandando órgãos como a Secretaria de Fazenda e a Mossos d'Esquadra, a polícia regional. 

Agusti Alcoberro, vice-presidente da Assembleia, classificou o movimento do governo da Espanha como "uma escalada repressiva para eliminar a Catalunha como uma nação política".