Receba por email.
Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Livro estava nas mãos do advogado Ed Machado, 49, que veio do Rio de Janeiro
Publicado em 29 de dezembro de 2019 às 10:35
- Atualizado há um ano
O advogado Ed Machado, 49, veio do Rio de Janeiro cumprir uma missão importante no terreiro Ilê Axé Opô Afonjá. Logo após a escolha da nova ialorixá, entregou nas mãos de Mãe Aninha um conjunto de documentos que certamente será analisado com cuidado pela nova líder. Trata-se de um livro com atas de fundação do axé desde a primeira reunião em que a fundadora do terreiro, a outra Mãe Aninha, estabeleceu as diretrizes para a constituição da casa.
Por um ano, ele foi o guardião do material, que traz informações sobre as primeiras assembleias e de como se formou a sociedade civil, o corpo de obás e tudo o que regula a casa desde 1910. O documento, segundo Ed, vem sendo passado de ialorixá para ialorixá. A assinatura de Mãe Aninha está estampada em várias páginas do livro.
[[galeria]]
Mas, porque tudo isso foi parar nas mãos de um advogado no Rio? É que quando mãe Stella faleceu, ele foi incumbido de buscar objetos pessoais da ialorixá que estavam com sua esposa, Graziela Domini. Os objetos seriam utilizados para a cerimônia fúnebre, o axexê. “Nesse momento, ela me passou essa documentação para entregar à nova ialorixá. Passei a ser o guardião”, explicou.
De acordo com o advogado, que é filho de santo do Ilê Axé Opô Afonjá do Rio de Janeiro, o documento, além da importância histórica, tem importância jurídica porque faz referência à propriedade de terra do Afonjá: “Sem falar que, quando ela (a nova ialorixá) tomar leitura desses documentos, vai saber o posicionamento de Mãe Aninha sobre algumas questões”.