Estudantes baianos criam projeto para minimizar impacto do lixo urbano

O projeto concorre com outras iniciativas de todo o Brasil e o resultado final será conhecido no dia 16

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  • Carmen Vasconcelos

Publicado em 8 de novembro de 2019 às 06:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Divulgação

Em maio deste ano, as tradicionais chuvas do mês fizeram um estrago maior que o esperado no município vizinho de Lauro de Freitas (Região Metropolitana de Salvador). O drama da população chamou a atenção de um grupo de estudantes que imaginava uma forma de colaborar para a redução do problema.

A chance de efetivamente contribuir surgiu de uma forma inusitada: durante a realização da Olimpíada do Futuro - a Sapientia. Junto com outras cinco equipes de jovens de todo o país, os quatro estudantes baianos - Maria Fernanda Mello, Diogo Liotti Amaro, João Gabriel Paixão e Marcella Renata Souza, do Colégio Perfil, em Vilas do Atlântico - desenvolveram a startup Point Sustentável.

O projeto que, ao mesmo tempo, reduz o lixo, melhora as condições de trabalho dos catadores de recicláveis e minimiza os problemas ocasionados congestionamento do sistema de drenagem da cidade foi selecionado entre os melhores do Brasil e, enquanto a premiação final não ocorre, eles aproveitam para viabilizar a ideia.

Na verdade, segundo o orientador do projeto, o professor de história Rodrigo Lorenzo, independente do resultado, o grupo já conseguiu reunir os recursos necessários para implantar o projeto, que consiste na construção de carrinhos com estrutura metálica que facilitará o recolhimento do lixo urbano, sendo uma uma estrutura de trabalho mais prática e confortável para os coletores. 

“Para garantir a sustentabilidade da iniciativa, os estudantes comercializaram os espaços laterais dos veículos, que servirão como outdoors ambulantes”, esclarece o professor.

Lorenzo destaca ainda que durante a realização das pesquisas, foi constatado como o descarte inadequado do lixo trazia consequências não apenas para a população, mas, sobretudo, para o comércio local, que acumulava prejuízos de diversas ordens. “Esses mesmos comerciantes, hoje, dão o suporte para que os carrinhos possam ser produzidos e entregues aos catadores”, completa o professor.  A equipe de estudantes baianos e o professor Rodrigo Lorenzo (de camisa salmão) estão empolgados com a possibilidade da iniciativa melhorar as condições da comunidade (Foto: Divulgação) Antes do desenvolvimento do projeto da startup, os estudantes enfrentaram processos seletivos que englobaram uma prova com 30 questões; uma redação baseada em um dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e uma apresentação de projetos reais e práticos. Os resultados da equipe baiana foram apoiados por toda a escola, inclusive os professores promoveram aulões para que as respostas fossem elaboradas de forma estruturada, seguindo o regulamento da competição.

Para a diretora do Colégio, Zeila Soledade, as competições terminam por ajudar no desenvolvimento de habilidades exigidas para o século XXI, como o olhar para o coletivo, pensamento adaptativo e inovativo, criatividade, solução de problemas, dentre outras. “Buscamos desenvolver uma cultura de inovação fundamentada em metodologias que permitam o protagonismo do estudante. Os participantes vivenciaram situações reais de trabalho em grupo para resolução de problemas complexos. Também puderam empreender no ser e no fazer, compartilhando descobertas e aprendizados para construir um mundo melhor”, destacou.

“Está sendo muito gratificante chegar à final de uma competição desse nível. Mas não chegamos até aqui sozinhos. Contamos com a ajuda de profissionais e especialistas da área de sustentabilidade e empreendedorismo, e também do colégio e de professores para o planejamento e produção de cada etapa”, finaliza Diogo Liotti. 

Vale salientar que a premiação final do Sapientia será realizada em São Paulo, no próximo dia 16.