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Estudantes da Ufba fazem abaixo-assinado para pedir melhorias na segurança dos campi


 

Grupo tinha marcado protesto para esta terça-feira (29), no campus de Ondina

  • Alexandro Mota

Publicado em 29/11/2016 às 13:52:00
Atualizado em 16/04/2023 às 08:18:00

A volta às aulas marcada por uma série de assaltos nos campi da Universidade Federal da Bahia (Ufba), em Salvador, fez com que os estudantes deixassem as salas de aula na tarde dessa terça-feira (29) para recolher assinaturas em um documento que pede mudanças na segurança. O grupo tinha organizado um protesto pelas redes sociais na Praça das Artes, no campus de Ondina, entre 12h e 16h.

Gabriel Costa, estudante de engenharia mecânica, e representante dos estudantes no Conselho Universitário (consuni), explicou que está recolhendo assinaturas dos estudantes para na próxima reunião do Consuni fazer alguns pedidos, como a implantação da guarda universitária, a atuação da Polícia Militar nos campi, iluminação, discutir o controle de acesso na universidade. 

“A segurança patrimonial não está preparada e não dá conta. O bandido está entrando, mas as pessoas responsáveis pela segurança, que é a PM, não entra. Existem divergências políticas e ideológicas que negam a realidade dessa situação ao não querer a PM no campus”, disse o estudante. 

O documento elenca diversas sugestões à universidade e relata a sensação de insegurança nos campi. "A violência diária nos faz perder a nossa liberdade, condicionando a todos a viverem num estado de preocupação constante, sem saber se haverá retorno para casa após as atividades acadêmicas, como também quais bens poderão ser levados naquele dia, e de que forma", diz um trecho do documento.

Na descrição do evento, os estudantes queixam-se que as medidas tomadas pela universidade são insuficientes. “As únicas providências que a Reitoria toma são: cortar o mato (como se isso fosse resolver alguma coisa), aumentar a iluminação e retirar o caixa eletrônico da Poli”, escreveram os estudantes.

A assessoria de comunicação da reitoria da Ufba foi procurada pelo CORREIO para comentar o protesto motivado pelos casos de assalto e detalhar as medidas que pretende adotar para melhorar a situação. O setor ainda não respondeu. 

Casos repercutem nas redes sociaisEm um grupo do Facebook que reúne alunos e simpatizantes da instituição, se multiplicam os relatos da sensação de insegurança e de assaltos ocorridos nos últimos dias. No início da tarde dessa segunda-feira (28) uma estudante deu detalhes sobre a abordagem dos criminosos. “São 3 meninos magros, com idade aproximadamente de 18 anos (a menos), os três usam boné, e um deles de boné azul tentou me assaltar agora! Pelo visto não estão armados, mas todo cuidado é pouco”, alertou. O caso teria ocorrido em uma área de estacionamento próximo do Restaurante Universitário (RU) e o Pavilhão de Aula da Federação 3 (PAF3), em Ondina.

No mesmo dia, outro estudante relatou situação parecida. “Eu e mais duas amigas fomos assaltados por dois homens, hoje (segunda-feira, 28), no Paf VI. Fizemos o B.O e, apesar dos bandidos terem entortado meu braço e me jogado na parede, estamos bem. Levaram os celulares e a bolsa de uma das minhas amigas”, contou. O registro do caso foi feito na 7ª Delegacia Territorial (Rio Vermelho).

 Pela noite, outro aluno relatou outro caso na Federação, na região da Politécnica. A vítima é aluna do campus São Lázaro, também na Federação. A região tem relatos constantes de assaltos.  Outros pontos críticos apontados pelos estudantes são o ponto de ônibus próximo a creche da Ufba, no Canela, o Pavilhão de Dança e até mesmo os ônibus que transportam os estudantes entre os campi. Entre as postagens no grupo há cobrança de atuação preventiva da segurança da universidade e de maior atuação do movimento estudantil.

O assunto foi tratado também no último encontro do Conselho Universitário da Ufba, o Consuni. Um dos representantes dos estudantes, de acordo com um vídeo postado na rede social, queixou-se que que os assaltos que antes aconteciam nos arredores dos campi passaram a ocorre dentro da instituição, ele relata que estudantes tem sido assediadas e assaltantes têm se escondidos no entorno da escada que liga o campus de ondina a Escola da Politécnica da Ufba.

IluminaçãoUm mutirão também está sendo organizado para iluminar os campi da universidade. Em um evento no Facebook, estudantes estão se mobilizando para recolher garrafas PET, com o intuito de confeccionar lâmpadas ecológicas.

“A falta de iluminação está diretamente ligada com a violência. E sinceramente, estamos cansados de ficar esperando que a Universidade tomar providência para melhorar a nossa segurança. A ideia é criar muitas lâmpadas baseada em alguma ideia mais ecológica com uma bateria ligada a luz solar”, diz a descrição do evento.

O mutirão está marcado para acontecer nos dias 19 e 20 de dezembro. No primeiro dia, será às 14h e no segundo, às 9h.