Estudioso e ofensivo, Roger chega com missão de ajustar o Bahia

Jornalistas traçam perfil e avaliam a chegada do treinador ao tricolor

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  • Gabriel Rodrigues

Publicado em 4 de abril de 2019 às 05:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Palmeiras/Divulgação

Considerado um dos treinadores mais promissores da nova geração brasileira, Roger Machado chega ao Bahia hoje com a missão de fazer o que Enderson Moreira não conseguiu nos três primeiros meses do ano: aumentar o rendimento tricolor e, consequentemente, obter melhores resultados.

Em seu primeiro trabalho no Nordeste, Roger se apresenta no Fazendão chancelado por trabalhos construídos em clubes como Grêmio, Atlético Mineiro e Palmeiras. Mas o que a torcida pode esperar do novo treinador?

O CORREIO procurou jornalistas que trabalharam como setoristas justamente nas últimas três equipes que Roger dirigiu. Considerado um técnico estudioso, os times dele têm como marca propor o jogo e serem ofensivos. 

“Tanto no Novo Hamburgo quanto no Grêmio,  Roger tentou implementar um estilo de jogo mais ofensivo. No começo, pregou aqui que era uma escola diferente do que o Grêmio tem tradicionalmente, isso foi adotado desde então. É um estilo de jogo ofensivo, que,  geralmente,  não fica esperando, que mesmo com menos qualidade tenta propor o jogo”, afirma o repórter Saimon Bianchini, da Band de Porto Alegre e que acompanhou a passagem do treinador pelo Grêmio.

No Atlético-MG, os números de Roger são positivos. Foi com ele que o Galo conquistou o seu último título, o estadual de 2017. Sob o comando treinador, o alvinegro fez a melhor campanha geral na primeira fase da Libertadores da América. Também deixou a equipe em vantagem para o duelo da volta das quartas de final da Copa do Brasil, contra o Botafogo. 

Repórter da Rádio Inconfidência, Léo Gomide acompanhou o trabalho de Roger e acredita que a chegada dele ao Bahia não vai representar uma mudança radical no que era proposto por Enderson. 

“Roger gosta de equipes com construção desde o campo defensivo, pelo chão, jogo apoiado, um ataque com mobilidade, um time que em alguns momentos marca com um bloco mais alto. São adaptações que todo treinador tem que fazer com relação ao material humano que tem, ainda mais que ele vai pegar um elenco que não foi ele quem montou”, explica.

No Palmeiras, último trabalho de Roger, os números também são bons. Para o repórter Ciro Campos, do Estadão, o que atrapalhou a passagem do treinador foram as cobranças imediatas por títulos e a gerência de um elenco recheado de estrelas. 

“Roger é um treinador inteligente, estudioso e conhecedor de táticas. Sempre calmo e atencioso, gosta de usar termos modernos para explicar as suas escolhas e gosta de conversar com os jogadores, para administrar o grupo e desenvolver as potencialidades dos atletas”, diz.

“No Palmeiras, ele conseguiu fazer o time ter a melhor campanha da fase de grupos da Libertadores, mas sofreu pressão pelas derrotas no início do Brasileiro e principalmente os tropeços em clássicos”, continua.   Dia a dia Além do que apresenta nos jogos, Roger também recebe elogios sobre o trabalho do dia a dia. “Os jogadores destacam que a parte tática ele demonstra muito bem. O trabalho de campo é muito bom. Um problema do Roger é a questão motivacional. Chega em um ponto que bate no teto. Renato Gaúcho conseguiu aproveitar o trabalho de campo dele e evoluiu nessa questão”, conta Saimon. 

Para demonstrar o que pode fazer no Bahia, Roger vai precisar de tempo. O treinador, porém, tem duas decisões pela frente: o jogo de volta da Copa do Brasil, contra o CRB, terça, e as finais do Campeonato Baiano, nos dias 14 e 21, contra o Bahia de Feira.