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Da Redação
Publicado em 16 de julho de 2020 às 16:56
- Atualizado há 2 anos
Resultados preliminares de um estudo liderado pela Universidade de Oxford, no Reino Unido, publicados nesta quarta-feira (15), associaram o uso da hidroxicloroquina à piora do quadro e morte pela covid-19 em 1,5 mil pacientes com a doença. As informações são do G1.>
Os ensaios que testavam o remédio contra a doença fazem parte do conjunto de ensaios clínicos "Recovery", que analisa vários remédios para a covid-19 em 11 mil pacientes britânicos. >
O braço com a hidroxicloroquina começou os testes no dia 25 de março, mas foi suspenso no início de junho, quando os cientistas anunciaram que não houve benefício no uso dele para a infecção.>
Ainda de acordo com o estudo, que falta passar por revisão de outros cientistas (a chamada "revisão por pares"), a hidroxicloroquina “não reduziu a mortalidade” e foi “associada a períodos de internação mais longos” e “risco aumentado de morte” ou “necessidade de ventilação mecânica”.>
“Embora preliminares, esses resultados indicam que a hidroxicloroquina não é um tratamento eficaz para pacientes hospitalizados com covid-19”, dizem os cientistas de Oxford.>
Os especialistas destacam, ainda, que as estatísticas constatadas no estudo “descartam qualquer possibilidade razoável de benefício significativo de mortalidade” pelo uso do medicamento.>
Ainda assim, os pesquisadores pontuaram que os resultados se aplicam a pacientes hospitalizados com a doença, e não ao uso do remédio para prevenção (profilaxia) ou em casos leves de covid-19.>
Para avaliar a substância, foram comparados 1.561 pacientes que tomaram o medicamento com outros 3.155 que não tomaram (o grupo controle).>
Risco cardíaco A hidroxicloroquina é usada para tratar doenças autoimunes, como lúpus, e alguns tipos de malária. >
O principal risco no uso do remédio, dizem os pesquisadores, é para o coração, podendo causar arritmias. Esse efeito pode ser agravado se o remédio for usado em associação com a azitromicina, um antibiótico.>
A Organização Mundial de Saúde (OMS) também chegou a testar o medicamento, mas suspendeu os ensaios de forma definitiva há cerca de um mês, depois de uma suspensão temporária e de retomar as tentativas.>