'Explosivista' morto e armas apreendidas: como foi ação contra roubo a bancos

Ação desarticula quadrilha de ataques a banco e ainda tem mandados de prisão em aberto

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  • Wendel de Novais

Publicado em 15 de junho de 2021 às 13:22

- Atualizado há um ano

. Crédito: Haeckel Dias/Ascom-PC

Principal alvo da operação morto, mandados de busca integralmente cumpridos e apreensões de armas, drogas, luvas e roupas camufladas. Esse é o saldo da Operação Aerarium que, durante a manhã desta terça-feira (15), cumpriu mandados de busca e apreensão e prisão em Salvador, Simões Filho e Arembepe, na Região Metropolitana (RMS), contra os responsáveis por ataques a bancos em todo estado. Depois de informar a morte em confronto com a polícia de Marcos André Marais Silva, 25 anos, que era responsável pelo manuseio e preparo de artefatos explosivos usados nos ataques, a Secretaria de Segurança Pública do Estado (SSP), realizou coletiva para divulgar mais detalhes do que aconteceu durante a operação.

Além morte do principal suspeito da operação, foram cumpridos outros 11 mandados de busca e apreensão nos bairros de Brotas, São Cristóvão e Pirajá em Salvador, em Simões Filho e na região de Arembepe, em Camaçari. O número de mandados de prisão não foi revelado pela polícia porque, segundo os oficiais responsáveis pela operação, a divulgação dos mandados ainda pendentes poderia atrapalhar o processo de investigação. Odair Carneiro, delegado que é um dos oficiais à frente da operação, contou como a polícia chegou até os endereços que foram alvos de busca e apreensão e prisão, resultando na localização de Marcos André. 

"Nós recebemos informações que esses suspeitos estariam se reunindo para organizar novos ataques, o que nos levou aos endereços. Com isso, decidimos deflagrar a operação nesta madrugada por saber da localização de um suspeito crucial para o esquema desses criminosos", revelou Carneiro.

O delegado afirmou ainda que, mesmo encontrando apenas um dos suspeitos com mandado de prisão em aberto na operação, a ação teve resultado positivo pelo grau de importância de Marcos André para ação da quadrilha. principal alvo que é o "explosivista", que tinha mandado de prisão expedido. Infelizmente, ele reagiu e foi ferido, não conseguindo sobreviver", disse ele, que afirma também que o resultado da operação dá mais tranquilidade aos municípios que eram alvos dos ataques.

José Bezerra, diretor do Departamentos de Repressão e Combate ao Crime Organizado (Draco), acompanhou a fala de Carneiro e destacou a função de Marcos André na execução das ações criminosas. "É uma pessoa que, dentro da quadrilha, tem uma relevância muito importante porque a ele eram atribuídas as funções de preparar, manejar e instalar os artefatos na instituições explodidas. Então, por um indicativo da própria organização criminosa, essa era a função mais nobre dentro do esquema", declarou.

Operação continua

Ainda na coletiva, Bezerra fez questão de ressaltar que esta é só mais uma fase da Operação Aerarium, que continuará sendo conduzida para chegar aos outros suspeitos, mas não revelou quantos indivíduos estão no radar da ação. 

"As equipes policiais vão continuar as diligências, tanto os agentes militares como civis, no encalço dos demais indivíduos que não foram localizados e possuem mandado de prisão. Vamos reservar a não divulgar o quantitativo de mandados que ainda temos para não compromete o seguimento e o resultado destas deligências, mas são alguns outros mandados", declarou.

Coronel Xavier, comandante das operações militares da PM, salientou a continuidade nas ações de combate à quadrilha especializada em ataques a bancos.

"Continuaremos com essas ações tanto no caráter preventivo como repressivo, que aconteceram com um apoio fundamental de outras instituições de segurança como a Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal, que foram importantíssimas na troca de informações. Nosso trabalho não para. Seguiremos juntos nessas ações até que cada um dos marginais sejam alcançados", afirmou.

Ficha extensa

Além de explosivista da quadrilha de ataques a banco, Marcos André era também um fugitivo do sistema prisional do estado do Maranhão, onde em março de 2020, se aproveitou de uma saída temporária para nunca mais retornar para a cadeia.

De acordo com o diretor Bezerra, as ações do suspeito não se limitavam a Salvador e RMS. "Temos indicativo de participação dele em ações no interior também, registrando vínculo inclusive com a quadrilha de ataques a banco que foi desarticulada recentemente por nós", explicou.

Em uma casa localizada no bairro Campinas de Pirajá,  armas, drogas, luvas e roupas camufladas foram apreendidas. Segundo informações, a residência era utilizada por um dos principais integrantes do grupo criminoso, responsável por ataques contra instituições financeiras.

*sob supervisão da chefe de reportagem Perla Ribeiro