Exportação de pescados baianos caiu 79% no primeiro trimestre

Por Donaldson Gomes

Publicado em 30 de abril de 2018 às 03:31

- Atualizado há um ano

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Não tá pra peixe Após três anos de crescimento, o valor da exportação de pescados no Brasil caiu 34% no primeiro trimestre deste ano, em relação ao mesmo período do ano passado, passando de US$ 42,9 milhões em 2017 para US$ 28,3 milhões neste ano. O mais surpreendente é que o resultado nada tem a ver com uma dificuldade econômica.  A situação foi criada por uma determinação do governo brasileiro, segundo queixas de representantes do setor. Em 3 de janeiro, o Ministério da Agricultura suspendeu a emissão da certificação sanitária internacional para pescados destinados à Europa, o que teria afetado todo o mercado nacional, em diferentes intensidades. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex/Mdic), na Bahia foi registrada uma queda de 79,4% nas exportações. O estado foi o quarto mais prejudicado, atrás apenas de Pernambuco, Espírito Santo e Rondônia. Embora, a queda não seja atribuída apenas à decisão do governo, a proibição é apontada como principal razão. Segundo os produtores, a proibição foi criada por conta de problemas pontuais em determinadas empresas, todos já resolvidos. 

Efeito colateral Os representantes do segmento apontam ainda danos colaterais causados pela proibição de exportação à Europa. De acordo com o presidente do Coletivo Nacional da Pesca e Aquicultura (Conepe), Alexandre Espogeiro, outros países importadores de pescados brasileiros estão querendo barganhar o preço das aquisições. "O mercado sabe que estamos sem poder fornecer à Europa e por conta disso ficamos com uma maior oferta disponível. Isso está prejudicando as vendas nacional e internacionalmente", ressalta. Outro problema apontado é que a proibição foi total, sem separar pelo menos segmentos que não são voltados à alimentação. Um exemplo apontado é o da pele de tilápia, cuja produção exportada é destinada integralmente à Europa para indústria química e farmacêutica utilizar na fabricação de colágeno e cápsulas de medicamentos.

Oportunidade perdida Em meio à proibição de exportar pescados, os produtores brasileiros viram passar uma grande oportunidade de negócios. Terminou na última semana a maior feira de comércio de frutos do mar do mundo, a Seafood Expo Global, em Bruxelas, na Bélgica. Foram 1,8 mil empresas expositoras, mais de 25 mil compradores de 150 países e os brasileiros que lá estiveram nada puderam fazer.  Foi a primeira vez desde 2009 que o país não teve um espaço para receber importadores estrangeiros no evento. Em 2017, o estande brasileiro contou com 31 empresas expositoras e três associações. 

Processo iniciado Entre nove e doze meses. É neste prazo que a Petrobras pretende concluir o processo de transmissão do controle operacional da Refinaria Landulpho Alves (RLAM) para um sócio, que será detentor de 60% da unidade de refino e da estrutura de logística integrada. "Vamos trabalhar para que a conclusão se dê em nove meses", avisa Arlindo Moreira Filho, gerente-geral de Reestruturação de Negócios de Refino, Comercialização e Transporte, em entrevista exclusiva ao Farol Econômico. Agora, a empresa inicia o trabalho de prospecção no mercado de empresas que atendam aos critérios da estatal para participar da disputa. "O critério para a seleção será o da maior oferta, mas vamos selecionar as empresas, tanto no Brasil, quanto no exterior que estão qualificadas a participar", diz. 

Mudança no mercado Segundo Moreira, a lógica do processo está em introduzir novos grupos refinadores ao mercado brasileiro. Ele acredita que além de garantir investimentos nas unidades de refino que vão continuar sob o controle da Petrobras, a operação vai gerar investimentos nas quatro refinarias vendidas, entre elas a RLAM. O gerente-geral da Petrobras compara a situação a abertura do mercado brasileiro de petróleo, em 1998. "Acabou o monopólio e todo mundo ficou meio assustado, mas o que a gente viu foi que a Petrobras cresceu e descobriu as águas profundas", ressalta. Além disso, com o reposicionamento em relação ao refino, a companhia passará a se focar na preparação para a economia de baixo carbono. Ele lembra que grandes petroleiras no mundo estão apostando nas energias renováveis, com investimentos nas matrizes solar, eólica, biocombustíveis, etc. 

No horizonte Perfume local. Com cinco lojas no país e presente em 100 pontos de venda nos Estados Unidos, a  baiana Acqua Aroma está apostando no suporte sistematizado à gestão das unidades franqueadas para crescer. A expectativa de aumento no faturamento chega a 30%.  

Para as mães.  O Salvador Norte Shopping espera receber aumentar o fluxo de clientes em 10% com a campanha de vendas do Dia das Mães e atingir 1 milhão de pessoas no centro de compras no período. Para as vendas, a expectativa é de uma alta de 5%.