Expostas à fome e ainda mais à violência

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  • Andreia Santana

Publicado em 26 de abril de 2020 às 09:30

- Atualizado há um ano

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Nas situações de penúria provocadas por guerras ou calamidades, as mulheres – que já figuram entre as pessoas mais pobres do planeta - são as primeiras a perderem o emprego e as mais vulneráveis a sofrerem de fome, junto com os filhos pequenos. No caso de uma crise econômica provocada por um vírus que paralisou o mundo; além da escassez, elas enfrentam também o agravamento dos quadros de violência doméstica.

Segundo pesquisa divulgada essa semana pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, houve um aumento de 431% nos relatos de brigas de casais no país. Para checar a esse percentual, diante da realidade de confinamento, que tornou quase impossível para as vítimas irem até as delegacias denunciarem seus agressores, o fórum mapeou as redes sociais em busca de relatos. Das 52.513 menções no Twitter a   agressões, 5.583 indicaram  violência contra mulheres.

O estudo mapeou ainda que das postagens no Twitter sobre o assunto, 25% foram feitas às sextas-feiras, 53% das mensagens foram postadas na madrugada – hora provável em que as vítimas se sentiram mais seguras porque os agressores dormiam – e 67% das denúncias  foram de mulheres. Mulheres estão entre as pessoas mais pobres do planeta (Foto: FAO/ONU) Na Bahia, segundo reportagem do CORREIO também publicada essa semana, o Disque 180, do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, registrou um aumento de quase 54% nas denúncias de violência doméstica entre março e o dia 19 de abril. Em 2019, nesse período, foram 95  e este ano, 146.

As ocorrências durante a quarentena se espalham por todo o mundo, com relatos de mulheres de diversos países. Os feminicídios também cresceram, mesmo com menos gente circulando nas ruas, porque na maioria dos casos, o algoz mora na mesma casa da mulher cuja vida foi ceifada.  Em estados como o Mato Grosso houve crescimento de 400% nos assassinatos de mulheres durante a pandemia. Em março de 2019 foram 2 feminicídios no estado e em março deste ano, 10. Em São Paulo, os números avançaram 46,2%, de 13 para 19, comparando o ano passado com 2020.

Em Salvador e Região metropolitana, até o dia 17 de abril, sete mulheres foram mortas e duas sofreram tentativa de feminicídio.

Na capital, a Secretaria Municipal de Políticas para Mulheres faz campanha para  que vizinhos denunciem os atos de violência que ouvirem na casa ao lado. E, a julgar pelos dados do FBSP, as redes sociais ajudam a dar  visibilidade às agressões permitindo  que a justiça aja.

Outros destaques da semana Em Piatã, cerca de 150 gatos vivem em área verde próxima a praia (Foto: Arisson Marinho/CORREIO) Abandono de pets cresce durante a crise

A crise financeira gerada pelo coronavírus agravou um problema triste e comum em Salvador, o abandono de animais de estimação. Segundo a Brigada K9, do Corpo de Bombeiros, o aumento do número  de pets enjeitados  foi de mais de 800% na cidade na quarentena. No caso dos gatinhos, o resgate das ruas de felinos largados subiu cinco vezes. Eventos como as paradas buscam reforçar o orgulho LGBT+ como estratégia contra a violência (Foto: Shutterstock) Um título triste para a Bahia

A Bahia é o segundo estado brasileiro em número de mortes violentas de LGBT+, segundo reportagem publicada no blog Me Salte, do CORREIO, com base em estudo divulgado na quinta-feira, 23, pelo Grupo Gay da Bahia (GGB). De acordo com o Relatório Anual de Mortes Violentas de LGBT no Brasil, em 2019, 329 LGBT+ tiveram uma morte violenta no país por conta da homotransfobia. O GGB já realiza esse levantamento há 40 anos.  Funcionários do HAC fazem videochamadas para familiares dos pacientes da UTI (Foto: Divulgação) Visitas virtuais aos pacientes

O Hospital Alayde Costa (HAC), no subúrbio ferroviário, criou um sistema de visitas virtuais para diminuir a solidão de quem está internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). A iniciativa, divulgada essa semana, partiu dos funcionários, que realizam videochamadas para os familiares daqueles pacientes que estão lúcidos. A videochamada acontece dentro do horário de visitas presenciais, às 11h, e é feita por um psicólogo ou assistente social do hospital. Pandemia de coronavírus piorou a crise financeira venezuelana (Foto: Luis Robayo/AFP) Vírus agrava caos na Venezuela

A Venezuela, que vive uma grave crise humanitária, viu a situação piorar na pandemia. Na quinta-feira, 23, a cidade de Upata, no sul do país, teve um dia de protestos, saques e tumultos que terminou com uma pessoa morta e dezenas feridas à bala. O protesto na cidade de 100 mil habitantes ocorreu devido ao aumento abusivo no preço dos alimentos e de produtos básicos durante as agruras do coronavírus.

Cinco podcasts imperdíveis para conferir na internet:Nerdcast - Foi criado há 14 anos e é um dos mais escutados do Brasil. Para a alegria dos nerds, traz episódios de cerca de 90 minutos sobre diversos assuntos como história, ciência, cinema, HQs, literatura, games, RPG e tecnologia.

Xadrez Verbal - Reúne podcasts sobre diversos temas como política, história, dicas culturais e atualidades, incluindo conteúdos sobre a pandemia de coronavírus, e relações internacionais

Copa Além da Copa - Reúne um acervo bem interessante e variado de episódios sobre a história, a política, a cultura, artes, cinema e música dos países que jogaram a Copa do Mundo de 2018.Anticast - Os programas são produzidos pela Half Deaf, produtora especialista em podcasts criada pelos roteiristas e comediantes Vitor Brandt e Gus Lanzetta. Os programas são bem variados e tanto tem debates sérios quanto humor, atualidades, política e estudos queerPapo Preto – Aborda diversos temas como autoestima, bem estar e o dia a dia da população negra, sempre a partir do diálogo. Os programas também sempre trazem um convidado especial.*Indicações do subeditor do CORREIO Ivan Dias Marques