Família de preso no caso Atakarejo protesta em frente a supermercado

Tia do executado Yan Barros participou da manifestação a favor da soltura de Michel Lins

  • Foto do(a) author(a) Luana Lisboa
  • Luana Lisboa

Publicado em 2 de julho de 2021 às 06:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: .

Família, amigos e vizinhos alegam inocência do motoboy Michel Lins, preso na madrugada de quarta-feira (30) como suspeito envolvido na execução de Bruno Barros e Yan Barros, tio e sobrinho flagrados após furto de carne no supermercado Atakarejo. No fim da tarde dessa quinta (1º), foi organizada uma manifestação que reuniu cerca de 40 pessoas em frente ao supermercado, em Amaralina. Nos cartazes, liam-se frases como “Michel inocente” e “Justiça por inocente”. Uma das manifestantes era a tia de Yan Barros, além da mãe, da esposa e da sogra de Michel.

Ao CORREIO, os familiares alegaram que o motivo de Michel ter sido preso teria sido sua moto, flagrada em imagens pela polícia. De acordo com a esposa Yngrid Freitas, ele teria emprestado o veículo a um conhecido no dia em que estava de folga do trabalho de motoboy. Nesse dia, o homem, também motoboy, teria transportado o passageiro envolvido nas execuções de Bruno e Yan. 

“O próprio menino que pegou a moto já foi dar depoimento à polícia, a tia do menino Yan está com a gente na manifestação, ela mora aqui na rua e conhece Michel desde pequeno e ela sabe que ele não se envolve com tráfico. Quem mais quer justiça são as famílias de Yan e Bruno. Se Michel realmente fosse culpado ou se ela tivesse alguma dúvida, ela não estaria defendendo ele”, afirmou Yngrid.

A sogra do suspeito, Daniela Freitas, tinha acabado de chegar em casa, do ato, quando conversou com o CORREIO. “Ele está sendo acusado de coisas que ele não cometeu e estão alegando que ele é traficante. Ele é trabalhador, trabalha em um restaurante na Amaralina de 11h às 15h todos os dias, e à noite presta serviço no Ifood. Estão querendo achar um culpado na história para dar fim a ela e estão jogando a culpa nele, mas a gente não vai sossegar não, temos certeza de que ele é inocente”, declarou.

Yngrid estava presente no momento da prisão, durante a madrugada, e conta que estava dormindo junto ao marido e ao filho, de 5 anos, quando a polícia bateu na porta. “Michel estava de pijama, achou que era a mãe dele que estava passando mal, levantou e eu continuei deitada com meu filho. Os policiais entraram, mostraram o mandado de prisão, levaram ele e a gente nem soube por quê. Só fomos descobrir hoje [ontem]”, relata.

Procurada, a Polícia Civil afirmou que os detalhes das investigações não estão sendo divulgados e que o homem que teve o mandado cumprido é investigado e está à disposição da Justiça.

Relembre o caso No dia 26 de abril, após Bruno Barros e Yan Barros serem detidos furtando carnes no supermercado Atakarejo de Amaralina, tio e sobrinho foram mortos no Complexo de Amaralina e os corpos deixados no bairro de Polêmica. As vítimas foram colocadas no porta-malas de um carro modelo I30. O veículo estava com placa clonada e havia sido roubado há cinco dias.

Na 1ª fase da Operação Retomada, promovida pelo DHPP, no dia 10 de maio, oito pessoas, entre seguranças e traficantes, acabaram presas. Além das capturas, celulares dos envolvidos foram apreendidos e continuam sendo analisados pelos investigadores do DHPP, com suporte do Departamento de Polícia Técnica (DPT).