Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Da Redação
Publicado em 18 de novembro de 2022 às 19:19
- Atualizado há 2 anos
O pequeno Daniel Santos Mota, de 8 anos, precisou lutar desde o momento que veio ao mundo. Ele nasceu com prematuridade extrema, com apenas 5 meses e pesando 600 gramas. O parto foi realizado no Hospital Geral Roberto Santos (HGRS), em Salvador, onde também recebeu tratamento para lidar com as sequelas do nascimento prematuro.>
Na incubadora da UTI Neonatal ele acabou desenvolvendo o quadro de hidrocefalia - acúmulo de líquido no cérebro - o que fez com que os médicos instalassem uma válvula para realizar a drenagem. Agora, anos depois, Daniel voltou ao HGRS para realizar a troca da válvula que se soltou com o tempo, no entanto, um mês se passou desde que o procedimento cirúrgico foi recomendado pelo neurocirurgião e nada foi feito. O motivo, de acordo com a família, é a falta de anestesista na unidade de saúde.>
"O líquido está pressionando o cérebro, porque tem pouco espaço. Ele está tendo crises direto. Nós já fomos no 'Roberto Santos' e levamos a tomografia e os exames que o neurocirurgião pediátrico pediu, mas ele disse que não tinha anestesista disponível para a cirurgia", contou Natália Mota, irmã de Daniel."Quando ele tem uma crise ele fica todo roxo, todo duro, pedindo 'ajuda pelo amor de Deus' e dizendo que vai morrer, que não vai suportar a dor ", desabafou a irmã.No relatório médico do serviço de neurocirurgia do hospital, assinado no dia 21 de outubro deste ano, foi orientada a internação com "brevidade e prioridade". A família ainda tentou buscar a internação no HGRS, mas foram informados da falta de profissionais anestesistas para atender Daniel, que segue me casa com a família no município de Conceição do Coité, na região sisaleira. Apelo feito pela família de Daniel para a realização da cirurgia - Foto: Arquivo Pessoal "O médico falou que o caso dele é urgente e tem prioridade. Ele falou que, como Daniel conversa e faz tudo, a cirurgia tem que ser feita logo para não comprometer a fala e até a visão dele", destacou Natália, acrescentando que Daniel tem paralisia cerebral e perdeu o movimento das pernas.>
Procurada, a Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab) informou que a escala de anestesiologistas do Hospital Geral Roberto Santos possui profissionais durante 24h em todos os dias da semana, apesar de a unidade não estar com o quadro completo nessa especialidade.>
"A Sesab já trabalha para ampliar o número desses profissionais. Para além disso, ressaltamos que uma cirurgia (de Daniel) necessita da convergência de uma série de fatores para que aconteça com menores riscos: equipe especializada, reserva de leito de UTI, reserva de hemocomponentes e, principalmente, estado de saúde adequado do paciente", declarou em nota.>
Ainda segundo a Secretaria, para que pacientes não internados tenham a cirurgia agendada é necessário que surja um leito adequado à necessidade, além de outras demandas específicas ao procedimento. "O paciente em questão, Daniel Santos Mota, está entre as prioridades da Neuropediatria aguardando o surgimento de um leito", completou.>