Família protesta após morte de jovem em ação da PM em Paripe

"Já que ele estava rendido, por quê atiraram no meu filho?", questiona mãe

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  • Da Redação

Publicado em 22 de novembro de 2021 às 14:12

- Atualizado há um ano

. Crédito: Reprodução/TV Bahia

Ronald Alves Batista, de 18 anos, foi morto na comunidade de Portelinha, no bairro soteropolitano de Paripe no início da tarde de domingo (21) durante uma ação da Polícia Militar. A família e os moradores vizinhos organizaram dois protestos pela morte do jovem na manhã desta segunda (22), nas ruas Uriguaçu e Eduardo Dotto, no mesmo bairro.

A Polícia Militar diz que PMs foram até o local durante rondas e foram recebidos a tiros. No tiroteio que se seguiu, Ronald foi baleado  A versão é contestada por familiares e moradores da região. 

"Policiais militares da 19ª CIPM faziam rondas na Rua Eduardo Dotto, Portelinha, Paripe, por volta das 13h30 de domingo (21) e ao chegar à localidade, foram recebidos por disparos de arma de fogo. Após o revide, a guarnição realizou a varredura do local com o objetivo de encontrar suspeitos, no entanto, foi localizado um homem caído ao solo", diz a PM em nota.

A assessoria da Polícia Militar afirmou também que a comunidade realizou um protesto no momento, e, por isso, a guarnição precisou chamar por mais guarnições. "Somente após a chegada do reforço, a equipe policial seguiu para o Hospital do Subúrbio, onde o homem não resistiu aos ferimentos", diz o texto.

Apesar disso, Jeane Ferreira, mãe de Ronald, afirma que moradores estavam reunidos na rua, quando viaturas adentraram o local já de forma a "jogar os carros em direção" aos populares, incluindo duas crianças. Na correria para adentrar um lugar seguro, o jovem entrou na casa de um casal de vizinhos. Lá mesmo, os policiais atiraram."Eles assassinaram meu filho na frente desse casal. Eu ouvia os tiros nas paredes, para alegarem que foi troca de tiros. Já que ele estava rendido, por quê atiraram no meu filho?", questiona.Jeane explica que o motivo da correria já é o costume de saber que "quando os agentes chegam, não respeitam ninguém" e que Ronald estava desarmado. "Fica a palavra deles contra a da gente", reflete.

Os familiares chegaram a acionar o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), mas o rapaz não resistiu aos ferimentos.

A ocorrência foi registrada na Corregedoria da Polícia Militar.