Famoso por visita à mãe com covid, palestino rouba corpo dela para atender pedido

Segundo Jihad, idosa disse antes de morrer que não gostaria de ser 'enterrada em saco plástico'

Publicado em 13 de outubro de 2020 às 15:51

- Atualizado há um ano

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Foto: Reprodução Atender ao último desejo da mãe, Rasmiye Al-Suwaiti, de 73 anos, que morreu de covid-19 em julho, se tornou uma missão duplamente arriscada para o palestino Jihad Al-Suwaiti e seus irmãos, que tiveram uma atitude ousada e ilegal para tornar a missão possível. 

Eles roubaram o corpo da mulher, se arriscando também a pegar a doença, após serem informados pela equipe do hospital que ele não seria entregue à família. 

Jihad relembrou o pedido feito pela mãe: “Ela disse: ‘Se eu morrer por causa desta doença, não me enterre em um saco plástico!'”. “Eu a segurei com minhas próprias mãos, cavei sua sepultura e a enterrei do jeito que ela me pediu”, comentou o rapaz.

Segundo informações da rede NBC, a “missão enterro” contou com a ajuda dos irmãos, sobrinhos e amigos, que chegaram em sete carros diferentes para distrair e confundir os motoristas das ambulâncias que os perseguiram depois do roubo do corpo de sua mãe. 

O plano da família deu certo, já que as ambulâncias não conseguiram identificar em qual carro estava o corpo de Rasmiye. O corpo da senhora foi levado para Beit Awwa, no sul da Cisjordânia.

Tarek al Barbarawi, diretor do hospital Alia em Hebron, onde o corpo foi roubado, confirmou à NBC que o corpo foi roubado porque seus filhos não queriam que ele fosse embrulhado em plástico.

Com a pandemia da covid-19, novos decretos foram criados para lidar com os mortos pela doença nos enterros muçulmanos, de acordo com o xeque Muhammad Hussein, Grande Mufti de Jerusalém e Territórios Palestinos. 

“Esta é uma regra de necessidade e as necessidades permitem proibições, portanto, o falecido não é lavado, nem coberto e é enterrado em um saco plástico”, disse Hussein à agência Reuters.