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Paula Theotonio
Publicado em 21 de novembro de 2019 às 10:16
- Atualizado há um ano
Tá pra surgir uma variedade de uva mais conhecida e amada pelo brasileiro que a Carménère. E não é por acaso, ou porque é mais saborosa que as demais. Ela é a casta emblemática do Chile e nos últimos 16 anos o país tem liderado o ranking de vinhos importados no Brasil. E olhe que nem somos o principal importador dos chilenos!
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Outra questão que pode colaborar para esse sucesso nacional está no paladar: não é tânica como a Cabernet Sauvignon ou a Malbec, também bastante conhecidas em solo brasileiro; ou sequer delicada como a Pinot Noir ou Merlot. Ela resulta em vinhos, de maneira geral, com excelente estrutura, acidez média e sabores marcantes.
Há quem considere seus rótulos, principalmente os jovens frutados, como curinga em harmonizações; porque não costuma “pesar” e ainda assim têm personalidade. Já os mais complexos, com estágio em carvalho, acompanham muito bem os pratos condimentados que o brasileiro tanto aprecia. Segundo o sommelier Artur Farias Tremper, especialista em vinhos chilenos, um bom rótulo de carménère harmoniza super bem com pratos apimentados, temperados com ervas finas e pimentão, especiarias, pizzas de pepperoni e calabresa, além de embutidos em geral. O toque terroso desses vinhos também dá super certo com cogumelos. Deu até água na boca!
“Extinta” por mais de um século
Vale ressaltar a Carménère se trata de uma uva francesa de Bordeaux que não sobreviveu à Grande Praga do inseto Filoxera, que iniciou por volta de 1850 e quase dizimou a produção de vinhos na Europa. Os espanhóis trouxeram para os trópicos várias mudas antes do desastre ambiental, mas pensava-se que fossem cepas de Merlot. A confusão só foi resolvida em 1994 (!!!), quando um ampelógrafo (profissional que estuda, identifica e classifica vinhas) notou a diferença nas folhas das videiras e, após testes de DNA, resolveu a questão. A data dessa descoberta originou Dia da Carménère, celebrado anualmente em 24 de novembro.
Boas regiões produtoras para a Carménère
A uva se adaptou muito bem aos terroirs mais quentes do Colchagua, localizada 180 km a sul de Santiago, no Chile. Essa área, que está dentro do Valle de Rapel, que abriga mais de 70% da produção da Carménère. Também bebi excelentes exemplares, principalmente em assemblages, oriundos do Maipo — que fica nos arredores da capital chilena, com exemplares mais elegantes e de maior acidez. Outra região que produz essa variedade em alta quantidade é a do Maule, que tem crescido em qualidade nos últimos anos.
Rótulos para comprar
Indicações Paula Theotonio: Travessia Selección Carménère (R$ 22 a R$ 29) - Os vinhos dessa linha tem um excelente custo-benefício! Excelentes para o dia-a-dia e para harmonizações com pizzas.
Yali Wetlands Reserva Carménère (R$ 68, no site da Famiglia Casa Valduga) - Mais complexo, 70% deste rótulo estagia por 10 meses em barricas de carvalho francês e americano. O resultado é um bom mix de frutas vermelhas maduras, com toque de especiarias e pimentão.
Marques de Casa Concha Carménère (R$ R$ 95 a 115) - Pra chegar, chegando! Fácil de encontrar em mercados e empórios, o rótulo estagia por 18 meses em carvalho francês, vai muito bem com carnes condimentadas e pratos estruturados com ele.
Indicaçãoes do somelier Artur Farias Tremper: Odfjell Carménère Orgânico (R$ 80, site da Natue) - Vinho orgânico de uvas Carmenère cultivadas em vinhas com 20 anos. Traz consigo aromas de frutas pretas maduras, como amoras e ameixas, notas de alcaçuz e baunilha, além de toques especiarias, como cravo e pimenta preta. Médio corpo, com taninos maduros e boa acidez.
Perez Cruz Carménère Ed. Limitada (R$ 99, site da Casa Santa Luzia) - Vinho de boutique, este exemplar traz notas de frutas pretas maduras, combinadas com nuances de terra, nozes, especiarias e de ervas finas.
De Martino Gran Reserva Carmenere (R$ 149, site da Enoteca Decanter) - Encorpado e prazeroso, esse rótulo traz aromas de frutas vermelhas, menta, terra e chocolate amargo. Vai bem com queijos duros, molhos trufados, carnes com ervas finas e ragu de costela.
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