Federação com PT dá sinais de naufrágio por recusa de dois cardeais do PSB

Por Jairo Costa Júnior

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Publicado em 22 de fevereiro de 2022 às 05:00

- Atualizado há um ano

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Barreira dupla Líderes do PSB e PT baiano enxergam sinais claros de naufrágio nas negociações para unir as duas siglas em uma federação de partidos de esquerda. No dois lados da mesa, o eventual revés é atribuído às dificuldades em convencer os dois nomes mais competitivos do PSB nos estados a aceitar a adesão ao PT. Um é o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, para quem o casamento com os petistas afugenta o eleitorado de direita simpático a ele. O que, em tese, atrapalharia seus planos de reeleição. O outro é o ex-governador paulista Márcio França. Tido como um dos favoritos a levar a corrida em São Paulo, França exige a retirada da candidatura de Fernando Haddad (PT) ao Palácio dos Bandeirantes para avalizar o acordo, mas os petistas recusaram a proposta.

Adeus, voo!  O impasse enfraqueceu os esforços do ex-presidente Lula para ter o também ex-goverador paulista Geraldo Alckmin como vice na sucessão presidencial, através da filiação do outrora expoente tucano ao PSB.         

Que é isso, companheiro? Fora das costuras com o PSB, emissários de Lula fizeram chegar a Rui Costa (PT) sua indigestão com a ofensiva do governador baiano para rifar o senador Jaques Wagner da briga pelo Palácio de Ondina e substituí-lo pelo senador Otto Alencar (PSD). Segundo interlocutores de Lula, a mensagem do presidenciável petista foi a de que, em 2014, Wagner fez o sacrifício de ficar sem mandato para ajudar Rui a ganhar o comando do governo estadual. Agora, cobrou o ex-presidente, é hora de retribuir, e não de pensar apenas no próprio futuro.

Criador e criatura A aliados próximos, o senador petista não esconde o mal estar gerado pela jogada do afilhado político. "Wagner havia dito a Rui, já no início de 2019, que ele deveria trabalhar para fazer o sucessor e que, a princípio, não cogitava brigar por um terceiro mandato de governador. Mas Rui postergou, a ponto de não ter tempo hábil para construir um nome, e acabou convencendo Wagner a assumir a candidatura. Agora, aparece com a solução de dar a chapa para Otto, algo que não ocorrerá", confidenciou um influente cardeal do PT da Bahia.     

Pela beirada Enquanto se equilibra entre a base aliada ao PT ou um provável retorno à oposição, o deputado federal Bacelar (Podemos) segue a estratégia de firmar dobradinhas fortes no interior. A mais recente foi com a primeira-dama de Ilhéus, Soane Galvão. Em troca do apoio do marido de Soane, o prefeito Mário Alexandre (PSD), Bacelar garantiu votos que controla em Salvador para a candidatura da esposa dele a deputada estadual.

Direto no queixo Diante da alta exposição gerada pelo sucesso da luta com o comediante Whindersson Nunes, o ex-campeão mundial Acelino Popó Freitas foi sondado sobre o interesse em voltar para a política. Respondeu, porém, que nem sequer pensa no assunto. Precisamos de um presidente que tenha coragem de mudar a política econômica e de enfrentar o lobby dos bancos, beneficiados com a política de aumento dos juros adotada pelo atual governo Félix Mendonça Jr, Deputado federal do PDT da Bahia, ao defender a candidatura do cearense Ciro Gomes