Ferramenta nova no site do CORREIO lê o texto das notícias

Ação faz parte de parceria do jornal com o Instituto de Cegos da Bahia

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  • Gabriel Amorim

Publicado em 8 de agosto de 2019 às 06:32

- Atualizado há um ano

. Crédito: Arisson Marinho/CORREIO

As notícias publicadas no site do CORREIO ganharam uma ferramenta nova. Com o uso da Audima, é possível ouvir a leitura dos textos disponíveis na internet, o que facilita o acesso às pessoas portadoras de baixa visão ao conteúdo. A ação é um primeiro passo para tornar as informações disponíveis no site mais acessíveis e faz parte de uma parceria entre o jornal e o Instituto de Cegos da Bahia.

A ação integra as comemorações dos 40 anos do CORREIO, e será coroada com um show do cantor Carlinhos Brown, embaixador do Instituto dos Cegos. Toda a renda do espetáculo, que ocorre no  dia 21, às 20h, na Pupileira, será revertida para melhorias no Instituto, cujos alunos também acabam beneficiados pela nova ferramenta de inclusão.

“A ideia é começar esse projeto de inclusão de alguma forma, tornar a informação cada vez mais acessível. Na parceria com o Instituto de Cegos percebemos que uma ferramenta como essa é um passo, mas que ainda há muito a desenvolver. Estamos plantando uma semente e esperamos que ela floresça”, explica Marta Sousa, coordenadora de marketing do CORREIO.

Neste primeiro momento, a ferramenta atenderá a pessoas com a chamada baixa visão. “Nosso objetivo é tornar possível que pessoas que tenham algum tipo de dificuldade consiga acessar um conteúdo escrito. Somos uma empresa de tecnologia assistivel, que é aquela que torna acessível, que dá apoio ao usuário. A nossa bandeira é inclusão digital, dar acesso aos conteúdos, e fazer com que pessoas que estavam fora disso passem a pertencer à sociedade do conhecimento”, explica Luiz Pedrosa, Co-Founder da Audima.

No Instituto, uma das primeiras a experimentar a novidade, na sala de informática, foi a estudante Jamile Viana, 17. Portadora de baixa visão, a jovem é acompanhada na instituição desde a infância. “Agora vai ficar mais fácil, mas tranquilo pra saber das coisas. Achei muito legal”, disse, feliz.

O professor Dino Cássio, que nasceu cego e ensina informática na instituição, considerou a iniciativa  um bom primeiro passo. “Ferramentas como essa são uma liberdade. Eu geralmente uso o twitter para me informar, sigo os jornais”, explicou ele, que espera que no futuro a plataforma torne as notícias acessíveis de forma mais fácil para quem não vê.

Colega de Dino e também deficiente visual, a professora Patrícia Amorim, que trabalha com revisão de materiais em braile, destacou que o  que lhe dá mais prazer no trabalho é poder ajudar. “Eu sei que eu estou aqui porque teve alguém que acreditou em mim e me disse ‘você pode’. Quando eu estou aqui e o aluno ouve de mim, ele vai acreditar mais, porque eu vivo como ele”, acredita.

Com 86 anos de história, o Instituto de Cegos da Bahia funciona há 57 anos na sede no Barbalho. Lá, realiza 10 mil procedimentos médicos por mês e atende cerca de 250 alunos na área de educação. “O instituto atua em três áreas: saúde, educação e assistência social. A saúde é a porta de entrada, porque as pessoas vêm para o centro médico e fazem a sua consulta oftalmológica. Depois a gente cuida da (re)habilitação com a parte de assitência social. Na área de educação temos um centro de educação complementar que atua nas áreas de esporte, tecnologia e música além de dar o reforço escolar e ensinar o braille”, explica Consuelo Alban, Assessora de Captação de Recursos e Marketing da instituição.

Além de uma parceria com o SUS e com a Secretaria de Educação, a instituição depende de apoio e doações para arcar com todos os outros custos. É possível também ajudar através do programa Nota Fiscal Premiada. A presidente da instituição, Heliana Diniz, destacou que o show promovido pelo CORREIO trará recursos para um projeto especial. “Nós estamos na campanha para arrumar o prédio e o número de consultórios. Essa renda que virá do show vai ajudar nisso, para requalificar e aumentar os consultórios”, explicou Heliana, que é voluntária.

O  projeto Correio 40 Anos tem oferecimento do Bradesco, patrocínio do Hapvida e Sotero Ambiental, apoio institucional da Prefeitura de Salvador, e apoio de Vinci Airports, SESI, Salvador Shopping, Unijorge, Claro, Itaipava Arena Fonte Nova, Sebrae e Santa Casa da Bahia.

* Com orientação da editora Ana Cristina Pereira