'Foi desesperador', lembra moradora sobre desabamento em Simões Filho

Dezesseis famílias tiveram que deixar suas casas por segurança; ninguém ficou ferido

Publicado em 4 de junho de 2020 às 05:15

- Atualizado há um ano

. Crédito: Tiago Caldas/CORREIO

Para quem mora na Rua Patamares, no bairro Ponto de Parada, em Simões Filho, o momento é para tentar se reerguer. É que, por conta das chuvas, a contenção de uma encosta desabou sobre o quintal de uma casa, deixando os moradores preocupados, nessa terça-feira (2). Ninguém se feriu, mas 16 famílias precisaram deixar o local, por segurança.

Uma dessas moradoras foi a auxiliar de produção Eleumaria de Souza, 37 anos, que mora na mesma casa desde a infância e, pela primeira vez, passou pelo aperto de um acidente com deslizamento de terra.“Na hora, foi tudo muito desesperador. De umas semanas para cá, já começaram a aparecer umas rachaduras no chão da obra de contenção, que é antiga. Com o tempo, com certeza ela vai se desgastando. Aí, com a chuva forte, um pedaço não aguentou”, relatou. Para ela, o susto ainda foi maior, já que o sobrinho, também auxiliar de produção, Douglas Souza, quase caiu na hora do desabamento. “Ele foi querer ajudar uma vizinha a sair, aí teve que passar pela área que estava cedendo. Logo depois que ele pulou para o outro lado foi que a contenção cedeu. Foi um susto, mas graças a Deus ele não teve nada”, contou a tia. 

Eleumaria já está em uma nova moradia e terá o auxílio aluguel concedido pela prefeitura. A moradora terminou de levar, nessa quarta-feira (3), alguns pertences para a nova casa. 16 famílias tiveram que deixar suas casas (Foto: Tiago Caldas/CORREIO) Risco Os moradores relatam que equipes de engenharia da prefeitura visitaram o local ainda na semana passada e que eles receberam a informação de que não havia perigo.

“Uma engenheira da prefeitura esteve aqui e disse que não tinha problema, que não ia cair’, conta uma moradora, que preferiu não ser identificada. “Quanto mais chovia, mais preocupada a gente ficava. Ontem foi só meia hora de chuva e desabou”, completa.

Questionada pelo CORREIO, a prefeitura de Simões Filho nega a visita da equipe. “Não tivemos ciência acerca deste fato e os engenheiros não reconhecem essa versão”, diz a nota enviada pela gestão municipal.

Ainda segundo a prefeitura, os trabalhos depois do ocorrido já foram iniciados. "A Defesa Civil, técnicos da Secretaria de Infraestrutura (Seinfra) e assistentes sociais da Secretaria de Desenvolvimento Social e Cidadania (Sedesc) já estiveram no local.  Nesta quarta, foi iniciada a limpeza, para que os serviços necessários possam começar. Obras de infraestrutura para a estabilização do talude, com serviço de contenção, serão realizadas”, diz a nota. 

A prefeitura afirma, também, que as famílias desabrigadas estão sendo assistidas pela gestão municipal. “Desde o ocorrido, as 16 famílias estão sendo acompanhadas pelas assistentes sociais e serão inseridas no auxílio emergencial de Aluguel Social. De imediato, a prefeitura municipal disponibilizou uma unidade escolar, para manter essas famílias em segurança”, informa. 

Mau tempo A previsão para a cidade de Simões Filho é de mais chuvas. A temperatura mínima prevista para essa quinta é de 22ºC e a possibilidade de chuva é de 80%. O mau tempo segue até o final de semana. Em Salvador, a previsão é bastante parecida e a possibilidade de chuvas também é de 80%. Os dados são do Climatempo. 

Segundo o Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), a chuva no estado é resultado da umidade vinda do oceano. “A faixa centro-leste da Bahia ainda deverá se manter influenciada pela umidade trazida pelos ventos vindos do Oceano Atlântico. Com isso, as maiores possibilidades de ocorrer chuvas são para o Recôncavo baiano e litoral, bem como localidades das regiões Nordeste, Chapada Diamantina e Sudoeste. Os eventos esperados são de chuvas isoladas ao longo do período. Para as outras  regiões do território baiano, o tempo previsto é de céu com variação de nebulosidade e sem chuva ao longo do dia” diz o órgão. 

*Com orientação da subeditora Clarissa Pacheco