Frequências Preciosas lança mapeamento nacional de cantoras pretas e indígenas

O objetivo é catalogar estas artistas, dispor seus perfis e materiais no site da Frequências Preciosas, como um banco de dados

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  • Da Redação

Publicado em 3 de novembro de 2021 às 18:50

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Ted Ferreira

A plataforma musical baiana Frequências Preciosas, que busca difundir a arte de cantoras negras e indígenas da cena independente nacional, lança chamada de mapeamento Seja Uma Preciosa através de formulário disponível no site da iniciativa.

Para o cadastro é necessário preencher os dados solicitados, como nome artístico, perfil descritivo, links de canções no Youtube e outras plataformas musicais, contatos das redes sociais e fotos. O único requisito para o cadastro é que as cantoras brasileiras se autodeclarem negras ou indígenas. 

O objetivo é catalogar estas artistas, dispor seus perfis e materiais no site da Frequências Preciosas, como um banco de dados. Foi desta forma que a plataforma surgiu: em pandemia, maio de 2020, a multiartista e produtora Viviane Pitaya - que estava iniciando sua carreira com músicas autorais - começou a mapear e se conectar com cantoras negras e indígenas para entender como elas produziam seus trabalhos e quais eram as dificuldades enfrentadas. 

O esforço resultou em um levantamento de mais de 500 cantoras nacionais - começou pautando a cena cultural baiana, mas transbordou para o restante do País, devido à necessidade de se conhecer outras artistas nos demais estados brasileiros. Após esse primeiro mapeamento, a artista soteropolitana através de sua produtora Pitaya Productions cria a Frequências Preciosas, que vem difundindo por meio das plataformas de Instagram e Youtube da Frequências Preciosas os trabalhos destas artistas. 

Cerca de 50 artistas espalhadas em 37 cidades tiveram seu material publicado (foto, canção, mini-bio, contato). Além das lives com as artistas para discutir problemáticas do fazer arte dentro do recorte raça-gênero no seu local de atuação. A Frequências Preciosas surge para difundir a produção musical feita por mulheres negras ou indígenas na cena musical independente brasileira que estão completamente à margem, principalmente, dos grandes veículos de comunicação e não recebem apoio das grandes produtoras e empresários do ramo musical. "Sabemos que existem outros jeitos, outras formas de organização, outras visões de mundo e de conceitos, para além dos padrões que nos são impostos. Essa diversidade precisa ser reconhecida, vista, ouvida!. A Frequências Preciosas está disposta a dar vista a essas artistas, firmar essas existências na Música Brasileira, deixar suas marcas, suas diversidades, defendê-las. Queremos ser voz e veículo, livro de registro dessas histórias", pontua Pitaya, que acaba de lançar o single e videoclipe Solução.Difusão Através do Prêmio Anselmo Serrat de Linguagens Artísticas, executado pela Prefeitura de Salvador, por meio da Lei Aldir Blanc, realizou entre fevereiro e maio de 2021 o 1º Congresso e Mostra Frequências Preciosas, que levou a plataforma a ter um reconhecimento nacional.

Foram apresentados pocket shows, mesas-redondas e palestras de qualificação com profissionais do empreendedorismo cultural e da gestão de projetos artísticos de diversos estados brasileiros, com transmissão em tempo real pelo Youtube.

O Congresso e a Mostra contribuíram, sobretudo, para a democratização do conhecimento sobre estratégias de carreira para artistas negras e indígenas na cena musical independente, além de favorecer o surgimento de redes de cooperação entre as participantes. Estas conquistas compreendem os quatro setores da Frequências Preciosas: pesquisa, formação, difusão e inovação. 

"Almejamos ser um espaço de trocas, de compartilhamento de estratégias de carreira e de processos artísticos, de difusão de conhecimentos e saberes, de pesquisa e intercâmbios, de criação de redes de cooperação. Desejamos favorecer o autoconhecimento, o fortalecimento artístico, interpessoal e profissional dessas artistas", explica Pitaya.

Lançamento  No dia 19 de novembro, a Pitaya Productions em parceria com a rapper soteropolitana Udi, que integra o casting da Frequências Preciosas, lança a música-tema e videoclipe Pretinha do Bronze, título que nomeia também a empresa de bronzeamento na laje localizada na Cidade Baixa.

O lançamento faz parte do projeto piloto de SoundBranding, serviço que cria panorama sonoro - criação de música-tema, logo sonora, jingle para campanhas publicitárias, criação de playlist e um bônus com o lançamento do videoclipe - de marcas prioritariamente afroempreendedoras 

O serviço de Sound/Music Branding, que está sendo desenvolvido pela Pitayas Productions, é direcionado para todos os segmentos empresariais - moda, beleza, hotelaria, jóias, perfumaria, entre outros. O objetivo da produtora é utilizar prioritariamente o casting das Frequências Preciosas, disseminando assim o trabalho artístico de cantoras negras e indígenas, gerando renda para toda cadeia produtiva musical. 

O videoclipe Pretinhas do Bronze, que tem direção artística de Cosca (Kalofa LXXI - @kalifalxxi, no Instagram), traz o poder e a diversidade da mulher brasileira para divulgar a marca de bronzeamento na laje.