Fundamental agora é aprender a ser par

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  • Da Redação

Publicado em 7 de junho de 2021 às 05:26

- Atualizado há um ano

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Até que ponto estamos prontos emocionalmente para lidarmos com o isolamento social? Até que ponto estamos prontos cognitivamente para lidarmos com nós mesmos? Até que ponto estamos prontos motoramente para lidarmos com nossas próprias limitações físicas? Até que ponto estamos prontos moralmente para lidarmos com nosso sistema de crenças? Até que ponto estamos prontos mentalmente para lidarmos com nossos dramas internos? E por fim, até que ponto as escolas estão preparadas para lidarem com tais demandas e enfrentarem um possível retorno? 

Parafraseando Susan Leibig, o cérebro está apto para aprender quando há interação funcional das prontidões neural, sensorial, motora, emocional, cognitiva e moral. A pandemia veio e nos trouxe um panorama de isenção de estímulos externos e grande possibilidade de imersão em sim mesmo, ou seja, a pandemia nos oportunizou a busca pelo autoconhecimento, pelo conhecimento de si mesmo, pela descoberta de quem somos de verdade, de quais as nossas incertezas e limitações, as buscas, pelo que vale a pena lutar, bem como o que pode ser feito para modificar este cenário interno em busca da felicidade. 

Em contrapartida a esta necessidade de si mesmo, o contingente social de miséria, representada sobretudo pela fome, nos impulsiona a exercitarmos a solidariedade, a bondade e a caridade, nos favorecendo a aprendizagem de não sermos apenas um indivíduo ímpar. Enfim, na pandemia estamos exercitando e aprendendo a sermos par.

Em termos materiais houve perdas na maioria dos setores econômicos. No tocante espiritual, crescimento pessoal, onde aqueles que são bons ficaram cada vez melhores e aqueles que são desprovidos de uma condição de caráter social ficaram ainda mais egoístas.

Tormenta alguma nasce sem que nela mesma já haja a bonança. Entender isto, talvez, seja um dos maiores legados que a pandemia deixará para os indivíduos e órgãos sociais. Sendo assim, cabe à escola, enquanto instituição de ensino e aprendizagem, investir espaço e tempo para discussão desta realidade tão visceral, letal e tão viva, bem como preparar o cérebro dos indivíduos a lidarem com tal demanda. Fundamental agora é aprender a ser par. 

Carina Sales é diretora da Ananda Escola e Centro de Estudos, Neuroeducadora, especialista em Educação Infantil e em Ensino e Autoconhecimento.