Garimpo de MT: universitária morreu quando apagava código de dinamites, diz polícia

Códigos são obrigatórios e servem para rastrear material, que tem uso controlado pelo Exército

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  • Da Redação

Publicado em 1 de setembro de 2021 às 17:31

- Atualizado há um ano

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A Polícia Civil chegou à conclusão que as dinamites que explodiram em um garimpo em Guarantã do Norte, no Mato Grosso, no dia 20 de agosto, provocando a morte da universitária Daniella Trajano Dalff, 28 anos, e do presidente da Cooperativa dos Garimpeiros, Mario Lucier Caldeira, ferindo ainda outras três pessoas, estavam no local de maneira clandestina. As informações são do G1.

Segundo o delegado Victor Hugo Caetano Freitas, as vítimas manuseavam um solvente inflamável para apagar os códigos de rastreio dos explosivos, com a finalidade de comercialização no mercado ilegal. 

Os códigos são obrigatórios em todo material explosivo e servem para rastrear a carga desde a origem até o destino final, que tem o uso controlado pelo Exército.

A investigação apurou que a supressão dos códigos foi feita para evitar que o material fosse rastreado e pudesse, assim, ser vendido no mercado clandestino. 

As cargas de dinamite não deveriam estar em Guarantã, foram movimentadas clandestinamente. O rastreio desse tipo de carga tem uma rota traçada e não pode ser desviada.

Relatórios do Exército sobre o rastreio do material explosivo e o da Gerência de Operações Especiais (GOE), da Polícia Civil, sobre a detonação da dinamite e dos cordéis, serão anexados ao inquérito policial e vão subsidiar a investigação.

Ainda de acordo com o G1, na próxima semana, o delegado responsável pelo inquérito deve ouvir o proprietário da empresa que comercializou o material explosivo e uma das pessoas que estava presente no local no momento da explosão.

No garimpo, foram apreendidos pela Polícia Civil 300 quilos de emulsão de dinamite e mais de mil metros de cordel detonante. O atrito entre o solvente e o cordel, ao que tudo indica, causou a explosão.