GM proíbe consumo de maconha e enfrenta falta de funcionários para as fábricas nos EUA

Com exigência do teste toxicológico para a admissão, montadora enfrenta escassez de candidatos às vagas abertas em Michigan e Indiana (EUA)

  • D
  • Da Redação

Publicado em 17 de junho de 2021 às 18:49

- Atualizado há um ano

. Crédito: Divulgação/GM

A maconha é liberada para uso recreativo no estado de Michigan, nos Estados Unidos, desde 2018. Mas algumas empresas do estado seguem com proibição de uso para funcionários. A General Motors  é uma delas. No entanto, o grupo automotivo tem enfrentado dificuldades para contratar trabalhadores temporários para duas de suas principais fábricas de Michigan, assim como no  estado vizinho da Indiana, por conta da obrigatoriedade do teste toxicológico.   De acordo com uma reportagem do maior jornal de Michigan, o Detroit Free Press, a GM está procurando por operários temporários para reforçar a produção das fábricas de Flint (Michigan) e Fort Wayne (Indiana). As fábricas são as responsáveis pelas lucrativas picapes grandes. No caso da segunda delas, foram contabilizados apenas 60 candidatos, mas a empresa precisa de 275 funcionários.   O sindicato United Auto Workers diz que a proibição do uso da maconha e derivados prejudica o recrutamento e, com isso, as vagas não devem ser preenchidas.   “Quando você tem uma fila de pessoas esperando por um emprego, é ok testar. Mas quando você não tem candidatos suficientes, testar para o uso de maconha talvez faça as pessoas desistirem de se candidatarem”, afirma Eric Welter, chefe regional do sindicato.    Algumas empresas, como a Amazon, deixaram de fazer testes toxicológicos nos funcionários.   “Você tem esse conjunto de candidatos que sabe que pode fumar maconha à noite em vez de tomar um drink. É meio bobo perder bons trabalhadores. Maconha não cria o problema que opiáceos, cocaína e outras drogas geram”, completa Welter.   Chefe do UAW na fábrica de Fort Wayne, Rich LeTourneau diz que o teste toxicológico é apenas um dos problemas. Ele considera que a questão salarial pesa muito. De acordo com ele, são pagos apenas US$ 16,67 por hora. “A Pizza Hut está pagando US$ 20 a hora para entregar pizzas por aqui”, afirma. Segundo a reportagem, a General Motors estaria levando em consideração esses problemas internamente.   Outra crítica de quem se submete aos testes toxicológicos é que estes são feitos com um fio de cabelo, para determinar se a pessoa usou maconha nas últimas semanas. De acordo com estudo do Journal Analytical Toxicology, principal publicação mundial sobre o toxicologia, esse tipo de teste pode dar um falso positivo e apontar para a concentração de um dos princípios ativos da droga (THC) mesmo em quem usou produtos apenas com canabidiol (CBD). Ou seja, nem sempre o resultado positivo pode apontar um usuário. Com informações do AutoEsporte.