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Carol Neves
Publicado em 17 de julho de 2025 às 10:13
O presidente Donald Trump afirmou que a Coca-Cola aceitou substituir o xarope de milho com alto teor de frutose por açúcar de cana nas bebidas vendidas nos Estados Unidos. A declaração foi feita por ele na quarta-feira (16), através de sua rede social Truth Social, mas a empresa ainda não confirmou a alteração.>
Segundo Trump, o pedido teria sido feito diretamente por ele à companhia. “Tenho conversado com a Coca-Cola sobre o uso de açúcar de cana REAL na Coca-Cola nos Estados Unidos, e eles concordaram em fazê-lo”, publicou. “Gostaria de agradecer a todas as autoridades da Coca-Cola. Essa será uma medida muito boa da parte deles, vocês verão. É simplesmente melhor!”>
A Coca-Cola não deu detalhes sobre a possível reformulação do produto. Um porta-voz da empresa, com sede em Atlanta, apenas declarou que aprecia o entusiasmo de Trump e que mais informações sobre novos produtos seriam divulgadas em breve. Atualmente, consumidores nos EUA já têm acesso à Coca-Cola feita com açúcar de cana, especialmente a importada do México, em garrafas de vidro.>
A mudança, caso confirmada, não afetaria a Coca-Cola Diet, versão sem calorias, adoçada com aspartame, e favorita do presidente. Trump é conhecido por seu apego ao refrigerante, chegando a instalar um botão no Salão Oval para acionar um mordomo e receber uma lata da bebida sempre que desejasse.>
Apesar da preferência pessoal, Trump já fez críticas à empresa. Em 2012, chegou a afirmar que a Coca-Cola Diet poderia contribuir para o ganho de peso. Mesmo assim, concluiu: “Tudo bem, eu ainda vou continuar bebendo esse lixo”.>
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Setor de milho reage>
A possível substituição do adoçante utilizado nos Estados Unidos provocou reação do setor de milho. John Bode, presidente da Associação dos Refinadores de Milho, criticou a ideia. “Substituir o xarope de milho com alto teor de frutose por açúcar de cana não faz sentido”, afirmou ele, segundo agências internacionais. Ele argumenta que a mudança prejudicaria produtores americanos, aumentaria a importação de açúcar e não traria nenhum ganho nutricional.>
Segundo Bode, essa decisão poderia custar milhares de empregos na indústria alimentícia dos EUA e reduzir a renda agrícola nacional, contrariando os próprios princípios defendidos por Trump, como a proteção à indústria e ao trabalhador norte-americano.>