Governo Federal recusa ajuda da Argentina para vítimas da chuva na Bahia

Governador Rui Costa havia pedido celeridade na autorização para que a ajuda chegasse o quanto antes

Publicado em 29 de dezembro de 2021 às 23:31

- Atualizado há 10 meses

. Crédito: Foto: Manu Dias/GOVBA

O Governo Federal recusou ajuda humanitária da Argentina para enfrentar os estragos causados pelas chuvas na Bahia. A informação foi divulgada com exclusividade pelo G1 Bahia nesta quarta-feira (29). No Twitter, o governador Rui Costa havia agradecido a ajuda e pediu celeridade na autorização para que a ajuda chegasse o quanto antes aos municípios atingidos pelas enchentes.

Segundo o Rui Costa, o governo argentino ofereceu envio imediato de uma missão com dez profissionais especializados nas áreas de água e saneamento, logística e apoio psicossocial para vítimas de desastres. "Isso inclui, por exemplo, a oferta de comprimidos para potabilização de água", avisou no o governador nas redes sociais. No entanto, de acordo com o documento divulgado pelo portal G1 Bahia, o Ministério das Relações Exteriores agradece, mas dispensa a colaboração. "A situação está sendo enfrentada com a mobilização interna de todos os recursos financeiros e de pessoal necessários para as ações de assistência à população afetada, os quais se têm mostrado, suficientes", diz o texto do documento, acrescentado a liberação dos R$200 milhões para os estados atingidos por chuva no Brasil.

Rui Costa já havia dito que o valor destinados os estados do Nordeste, de R$80 milhões, não seria o suficiente nem para reconstruir as estradas da Bahia.

"Na hipótese de agravamento da situação, requerendo-se necessidades suplementares de assistência, o Governo brasileiro poderá vir a aceitar a oferta argentina de apoio da Comissão Capacetes Brancos, cujos trabalhos são amplamente reconhecidos", finaliza o documento que o G1 teve acesso. O CORREIO tentou contato com o cônsul-geral na Bahia, Pablo Virasoro, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem.

Estragos O número de mortos causados pelas chuvas na Bahia subiu para 24 no balanço oficial divulgado nesta quarta-feira (29) pela Superintendência de Proteção e Defesa Civil da Bahia (Sudec). Em todo estado, são 37.324 desabrigados e 53.934 desalojados. Os números correspondem aos dados dos 141 municípios afetados. Das cidades afetadas, 132 seguem em situação de emergência. O total de feridos aumentou para 434. A Defesa Civil contabiliza 629.398 pessoas afetadas pelas chuvas e enchentes.

As mortes aconteceram em Amargosa (2), Itaberaba (2), Itamaraju (4), Jucuruçu (3), Macarani (1), Prado (2), Ruy Barbosa (1), Itapetinga (1), Ilhéus (2), Aurelino Leal (1), Itabuna (2), São Félix do Coribe (2) e Ubaitaba (1).

Presidente Enquanto a Bahia vive uma crise humanitária provocada pelas fortes chuvas, o presidente Jair Bolsonaro passa férias no litoral de Santa Catarina e se deixa fotografar em passeios de jet ski ou em pescarias. O que o faz alvo de críticas de políticos e internautas.  Porém, segundo a Folha de S. Paulo, ele sinalizou a aliados que pode ceder e ir à Bahia, mas não confirmou uma data para antecipar o fim do descanso. Na segunda, ele afirmou que “espera não ter de retornar antes” do feriado de Réveillon. Ontem, o presidente voltou às redes sociais para justificar sua ausência no local das enchentes. “Bahia, nosso trabalho é solidariedade”, escreveu na mesma postagem que publicou vídeo em que o ministro Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional) diz que Bolsonaro enviou ministros à região e que seria criticado até se descobrisse a cura do câncer.