Grana extra? Veja seis formas de ganhar dinheiro viajando

A depender da atividade ou do serviço, dá para tirar de R$ 180 a R$ 5 mil

  • Foto do(a) author(a) Priscila Natividade
  • Priscila Natividade

Publicado em 29 de julho de 2019 às 05:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Ilustração: Morgana Miranda/ CORREIO

Ganhar dinheiro independente de onde esteja. Quem não quer viajar e ainda voltar com uma grana extra na conta? O CORREIO está aqui para ajudar a bater esta meta, sem comprometer suas férias. Especialistas listaram, pelo menos, seis alternativas de ganho, que vão desde o compartilhamento de bagagem até a venda de fotos feitas durante a viagem. Mas dá também para conhecer o mundo, trabalhando em cruzeiros ou vivendo como nômades digitais, por exemplo.

E a partir daí é organizar a rotina de viagem para prestar estes serviços sem ter que sacrificar as horas de descanso, como recomenda a educadora financeira da Dsop, Cintia Senna. “Além disso, é preciso dar direcionamento a este dinheiro, ou seja, qual a finalidade desse recurso? Utilizará para a própria viagem, para outras viagens ou, ainda, para seu regresso? Essa consciência e definição fará com que sua motivação em buscar uma atividade tenha muito mais prazer e tranquilidade do que uma mera necessidade”, aconselha. 

É priorizar o que se quer da viagem e o que se quer da renda extra. “Vale também observar, quais são as necessidades do local em que está indo. Muitas vezes podemos gerar recursos nessas soluções”, completa. 

AQUELA GRANINHA A MAIS NO BOLSO 

1. Compartilhamento de bagagem  Com o aplicativo de compartilhamento de bagagem Grabr dá pra tirar, no mínimo, 200 dólares por viagem - em média R$ 756 - para trazer produtos do exterior na mala. O diretor de marketing da Grabr no Brasil, Ivan Castro, conta como funciona: “O viajante faz uma oferta de entrega para trazer aquele determinado produto e recebe o reembolso do dinheiro mais a recompensa após a entrega”. Ainda de acordo com a plataforma, viajantes frequentes ganham em torno de 800 a 1.000 dólares por viagem (algo em torno de R$ 3.024 a R$ 3.780). 'Os produtos mais encomendados são os eletrônicos, especialmente da Apple', destaca Ivan Castro, da Grabr (Foto: Divulgação) “Os produtos mais encomendados na Grabr são eletrônicos e especialmente produtos da Apple, pois a diferença de preço é muito grande. Mas suplementos alimentares, produtos para novas mamães, brinquedos, roupas e produtos de beleza também são muito procurados”, pontua.

Destaque também nas vendas de AirPods (fone de ouvido sem fio da Apple), as bonecas L.O.L Surprise e Oculus Rift S de realidade virtual, como acrescenta Castro: “Selecione os produtos que deseja transportar e verifique também os prazos de entrega. Faça o maior número de ofertas e estabeleça uma boa comunicação com o comprador em todas as etapas”.  

2. Freelas online  Durante o voo ou no intervalo de um passeio e outro dá para movimentar um freela online, principalmente para profissionais na área de áreas de Tecnologia da Informação (TI) e Programação, Design e Multimídia, Tradução e Conteúdos, Marketing e vendas, Suporte administrativo, Jurídico, Finanças e administração e Engenharia e manufatura. 'Quanto mais experiente e qualificado o profisisonal é, mais ele poderá cobrar pelo serviço', pontua Guilhermo Bracciaforte, da Workana (Foto: Divulgação) Na plataforma Workana, os valores de tíquete médio, em grande parte, de projetos simples e de curto prazo variam de R$ 181,37 (suporte administrativo) a R$ R$ 540,73 (serviços de TI e programação). “Quanto mais experiente e qualificado um profissional é, mais ele poderá cobrar pelo serviço prestado”, afirma o cofundador da Workana, Guillermo Bracciaforte.

As oportunidades não têm barreiras territoriais. Dá para prestar serviço para o mundo todo. “O valor agregado caminha junto com a qualidade e a capacidade do profissional de propor soluções criativas e alinhadas com as necessidades do projeto”.

3.  Trabalho em cruzeiros  A agência de recrutamento para trabalho em navios de cruzeiro Infinity Brasil tem 190 vagas para profissionais que desejam trabalhar temporariamente nesta área. Entre os cargos estão as oportunidades para atendente de restaurante, cozinheiro, bartender, barista, técnico de palco, fotógrafo, assistente de camareiro, camareira e lavador de pratos.  'Para trabalhar em cruzeiros é necessário ter uma experiência prévia na área e ter domínio da língua inglesa', recomenda Jerusa Pedrosa, da Infinity Brasil (Foto: Divulgação) Os contratos têm duração de seis a nove meses. As entrevistas são feitas online, por Skype. “Para trabalhar em navio de cruzeiro é necessário ter uma experiência previa na área que gostaria de se candidatar e também ter o domínio da língua inglesa. Ser aventureiro e não gostar muito de rotina”, descreve a presidente da Infinity, Jerusa Pedrosa.

A empresa atende a companhias como a Royal Caribbean International, Pullmantur, Costa Crociere, Oceania Cruises e Dufry Duty Free Onboard. A média de ganho pode vai de  600 a 1,5 mil dólares (R$ 2.267 a R$ 5.667). O cadastro pode ser feito no site www.infinitybrazil.com.br.

4. Nômades digitais Basta ter uma conexão à internet para ser nômade digital. Quem explica o conceito é a editora de conteúdo do Projeto Nômades Digitais, Loui Kelly: “Nômade digital é uma pessoa que adapta seu trabalho para o modelo digital, podendo trabalhar de qualquer parte do mundo. Para começar sugerimos sempre que se faça uma transição - do trabalho corporativo para o nomadismo - com muito planejamento, principalmente com relação à parte financeira, pois é preciso construir o público e/ou cartela de clientes neste novo formato de trabalho”. 'Um nômade precisa de um bom celular, um bom notebook e uma boa conexão com a internet', afirma Loui Kelly, do Projeto Nômades Digitais (Foto: Divulgação) A média de ganho vai depender do nicho de atuação e interesse de cada nômade, como acrescenta Kelly. “Um nômade só precisa de um bom celular, um bom notebook e uma boa conexão com a internet, que ele encontra em coworkings, cafés e outros lugares no caminho por onde ele passa”.

Para os nômades digitais, os escritórios não fazem mais sentido e viajar não é coisa que se faz só nas férias. “Não existem pré-requisitos, apenas força de vontade pra trabalhar neste estilo mais livre, sem ser refém de horários e um local fixo. Quem acredita que pode se especializar em algum nicho, compartilhar o que sabe e ser remunerado por isso, é um candidato à nômade  digital”, defende. 

5. Aluguel por temporada Enquanto a casa está desocupada nas férias, vale alugar o imóvel inteiro ou alguns espaços da casa durante este período. Segundo dados da plataforma de compartilhamento de acomodações Airbnb, em Salvador, a média de ganho anual de um anfitrião é de R$ 3.540. No último ano, foram 57 mil | chegadas de hóspedes com média de 5,2 dias de hospedagem. As principais cidades emissoras foram São Paulo, Rio de Janeiro e Buenos Aires.   'A disponibilidade de internet, wifi, roupas de cama e banho são itens importantes', lembra Adriana Lutfi, do Airbnb (Foto: Divulgação) Para garantir uma boa grana, a dica da gerente de comunicação do Airbnb no Brasil, Adriana Lutfi, é sempre conversar com o viajante pela plataforma e ser bem prestativo. “Cada viajante valoriza um item diferente, mas a disponibilidade de internet wifi, roupas de cama e banho, e itens de higiene para o banho são importantes. Para as famílias, elas também gostam de ter acesso aos itens de cozinha para preparar refeições no local”.

Na hora de definir valores, pesquise os que estão sendo praticados na época por outros anunciantes. “Isso vai ajudar a decidir preço do aluguel do seu espaço e determinar o valor mais justo para a locação. O Airbnb apresenta durante o cadastro um valor médio para anúncios semelhantes ao dele na região”, afirma  Adriana Lutfi. 

6.  Venda de fotos da viagem  Um celular na mão e dinheiro no bolso. Existem diversos bancos de imagens na internet, os chamados Microstocks, que permitem o upload gratuito dessas imagens, que geralmente são adquiridas por blogs e agências de propaganda. Ao solicitar o direito da foto, o cliente paga uma taxa, sendo que, parte do valor cai automaticamente na sua conta, como destaca a gerente de comunicação e marketing do buscador de viagens Skyscanner, Tahiana Rodrigues.   'Outra dica é procurar pegar um ângulo incomum quando for tirar a foto de um monumento', aconselha Tahiana Rodrigues, do Skyscanner (Foto: Divulgação) “É possível encontrar sites que pagam desde 20% a 80% por cada download de imagem. Em alguns casos, o valor recebido é em dólar”. É importante pesquisar nesses bancos e ler atentamente todas as cláusulas do contrato. “Se possível, opte por fotografar um animal selvagem em seu habitat natural ou até mesmo algum objeto bonito ao invés de simplesmente posar com alguém ao lado”.

Fotos tiradas ao nascer e pôr-do-sol, com névoa, chuva ou neve são bem populares. “Imagens com cores brilhantes vendem mais do que aquelas que apresentam tonalidades opacas ou neutras. Outra dica é procurar pegar algum ângulo incomum na hora de fotografar um monumento: as imagens vão se sobressair dentre as outras do site”, orienta. 

DICA DA SEMANA: O QUE FAZER COM O R$?

Curto prazo  Ou seja, até 1 ano, pode ser aplicado em Tesouro Selic, CDBs, LCIs e LCAs, além da própria Caderneta de Poupança.

Médio prazo De 1 até 10 anos, analise o Tesouro Direto (Selic ou Pré-fixado), CDBs com prazos maiores de vencimento, Fundos de Investimentos, Fundos de Investimento Imobiliário (FII) e Ações.

Longo prazo  Já para longo prazo (acima de 10 anos) pense em opções como o Tesouro IPCA, Ações, Debêntures, FII e os Fundos de Investimentos.