Gripário do Pau Miúdo será reaberto na sexta-feira (17)

Ocupação dos leitos de UTI Covid está em 52%

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  • Gil Santos

Publicado em 15 de dezembro de 2021 às 05:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: divulgação

O surto de gripe que atinge Salvador em meio a pandemia de covid-19 levou a prefeitura a reabrir o gripário do bairro do Pau Miúdo. A unidade estava fechada desde 15 de outubro quando o número de internações por síndromes respiratórias havia diminuído junto com os casos graves da infecção causada pelo coronavírus. A decisão, anunciada nesta terça-feira (14), é uma tentativa de reduzir a pressão e as filas no gripário dos Barris, única unidade desse tipo em atuação no momento.

O prefeito Bruno Reis anunciou a reabertura durante a inauguração de uma Unidade de Saúde da Família (USF), em São Marcos. A estimativa é de que o gripário entre em operações até a sexta-feira (17). Ele disse que a cidade pode reabrir outras estruturas para atender a demanda, mas fez um apelo para que as pessoas se vacinem para evitar um cenário pior.

“Estamos acompanhando o crescimento no número de casos de pessoas com gripe. De um lado, a gente faz o apelo para que as pessoas possam se vacinar. Estamos com uma mega operação de vacinação, tanto de covid, como de gripe. E por outro lado, como eu sempre disse, caso fosse necessário teríamos capacidade de reativar novas unidades. Reabrimos o gripário dos Barris e, agora, faremos o mesmo com o do Pau Miúdo”, disse. Pacientes aguardam nos Barris (Foto: Nara Gentil/ CORREIO) Nas últimas semanas houve uma corrida aos postos de saúde por conta do vírus da gripe que está se espalhando pela cidade. Nos Barris, pacientes com febre, náuseas, dor de cabeça e dores nas articulações estão deitando na grama enquanto aguardam por atendimento. A espera tem demorado horas por conta da demanda. Bruno Reis disse que a nova estrutura vai ajudar a aliviar a pressão.  

“O gripário do Pau Miúdo será aberto com a mesma capacidade de antes. A estrutura já estava montada. Estamos mobilizando as equipes e a nossa expectativa é que em mais três dias ele possa entrar em funcionamento para ajudar a suprir essa demanda que está aumentando por conta dos casos da H3N2”, disse.  Bruno Reis durante o anúncio (Foto: Valter Pontes/ Secom) Quando foi inaugurado, em agosto de 2020, o gripário do Pau Miúdo contava com uma equipe multidisciplinar com 75 profissionais de saúde e da área administrativa. A estrutura oferecia dez leitos de enfermaria e dois de sala vermelha, que funcionavam como uma pequena Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

No local também eram realizados exames de raios-x, laboratoriais, eletrocardiograma (ECG) e era oferecida assistência médica, enfermagem, serviços de farmácia e suporte de ambulância 24 horas para regulação. Nas primeiras 12 horas de funcionamento foram atendidas cerca de cem pessoas. Em janeiro, no começo de mais uma onda de covid-19, foram 4,5 mil atendimentos somente nessa estrutura do Pau Miúdo.  

Com a reabertura dessa unidade espera-se que a situação melhore nos Barris. Na sexta-feira (10), até às 12h, tinham sido distribuídas 266 fichas e apenas 59 pessoas tinham sido atendidas. No dia anterior foram 350 pacientes. Desde então a quantidade de atendimentos só tem aumentado. Segundo os funcionários, a demanda triplicou. O advogado e terapeuta holístico Artur Pereira Júnior, 28 anos, está com sintomas.

“Não achei que fosse covid porque no meu trabalho muitas pessoas estão com gripe, com virose. Prefiro acreditar que não seja, até pelo quadro de sintomas, para manter a saúde mental e também porque já tomei as duas doses”, disse.

A imunização não impede a contaminação pelo vírus da covid, mas protege o organismo contra casos graves da doença. Ele fez o teste rápido, nesta terça-feira, e deu negativo para o coronavírus. A incerteza de Arthur é a mesma de outras dezenas de pessoas que estão se aglomerando na porta do gripário dos Barris nas últimas semanas. Com os números da doença do coronavírus em crescimento, a população teme estar infectada.

Os gripários foram uma novidade da gestão ACM Neto. Eles foram criados para atender exclusivamente pacientes com sintomas gripais, como é o caso da covid-19. No auge da pandemia, a cidade contou com seis unidades, além dos Barris e do Pau Miúdo, havia gripários em Paripe, Valéria, Pirajá/ Santo Inácio e na Ilha de Bom Jesus dos Passos. Eles foram desativados à medida que os números da pandemia começaram a cair.

Agora, porém, os números voltaram a subir. Nesta terça-feira (14), a ocupação dos leitos de UTI estava em 52%, depois de passar meses alternando entre 25% e 35%, e a de leitos clínicos em 63%, na capital. Além disso, há pessoas que ainda não foram se vacinar. Segundo a Secretaria Municipal da Saúde (SMS), 193.867 não compareceram para tomar a 2ª dose anticovid, 130.461 para tomar a dose de reforço, e 41 mil sequer foi tomar a 1ª dose.