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Leão terá teste de fogo nas três rodadas iniciais da Copa do Nordeste
Vinicius Nascimento
Publicado em 25 de janeiro de 2020 às 05:04
- Atualizado há um ano
Para cumprir a previsão de orçamento estipulada em R$ 52 milhões, o Vitória precisa voltar a viver dias gloriosos na Copa do Nordeste. O rubro-negro é o maior vencedor do regional, mas já não chega a uma final desde 2010, ano em que ganhou seu quarto título.
Dez anos se passaram desde aquela final em Natal, e muita coisa mudou na vida do Vitória desde então. O clube, finalista da Copa do Brasil naquele mesmo ano, chegou a ser 5º colocado no Campeonato Brasileiro de 2013 e criou expectativa de dar um passo além, mas viu todo o conto de fadas ruir em sucessivas crises políticas e administrativas e hoje carrega o fardo de ter sido gerido por cinco presidentes nos últimos seis anos.
Em 2020, o Leão volta a apostar em sua veia reveladora e promoveu uma série de garotos das categorias de base. Paralelamente, também investiu em jovens valores, entre eles Alisson Farias, 23 anos, destaque pelo CRB na Série B de 2019.
Situado no Grupo B, o Vitória enfrenta na fase de grupos os oito clubes do Grupo A, que conta com os dois favoritos ao título, teoricamente Bahia e Fortaleza, atual campeão e adversário rubro-negro na estreia, neste sábado (25), às 16h, no Barradão.
No caminho rubro-negro ainda há o Sport, dono de três títulos do Nordeste que está de volta à competição após dois anos de hiato e rival do time baiano na segunda rodada. O Ba-Vi é na terceira, formando uma prova de fogo para o Vitória no início da competição.
Na sequência, o centenário Leão fará um confronto de gerações com o Freipaulistano, fundado em 2016, e depois terá pela frente CRB, ABC, River e Botafogo-PB.
Abaixo, um resumo de cada equipe do Grupo B: América-RN, Ceará, Confiança, CSA, Náutico, Imperatriz, Santa Cruz e Vitória formam o Grupo B - América-RN
Campeão do Nordeste em 1998, o América-RN só não começou a temporada de forma perfeita porque foi derrotado pelo rival, o ABC. O placar final em 4x3, dentro de casa, tirou a invencibilidade do Mecão, que venceu cinco dos seis jogos que disputou no Campeonato Potiguar. O contexto geral do América não é tão bom quanto o desempenho no estadual pretende dizer. O clube está penando para sair da Série D, competição que disputa desde 2017. Nessa empreitada, foi eliminado por dois clubes baianos. Primeiro para a Juazeirense, nas quartas de final daquele ano. Em 2018, caiu logo na segunda fase para o maranhense Imperatriz e no ano passado perdeu do Jacuipense.
- Ceará
Doze contratações. Dá um time inteiro e ainda sobra um na reserva. Com essa agressividade no mercado é que o Ceará pretende reencontrar o caminho dos títulos, o que não consegue desde o Cearense 2018. Copa do Nordeste, então, desde 2015, quando conquistou seu único título na competição ao vencer o Bahia na final. Mais do que isso, o Ceará quer fazer uma Série A mais tranquila do que as sufocantes edições de 2018 e 2019, quando escapou da degola por pouco. Para tanto, o clube conta com os ex-tricolores Eduardo, Tiago, Vinícius, Rodrigão e Rogério, que vão se misturar a jovens como o volante Charles, ex-Sport, que aos 23 anos precisa fornecer a energia necessária para os experientes Rafael Sóbis e Fernando Prass mostrarem que ainda têm lenha para queimar.
- Confiança
Após conquistar um acesso que demorou 28 anos para chegar, o Confiança ainda fechou 2019 com um vice-campeonato da Série C. A queda na final, contudo, não diminui o moral da equipe sergipana. O time azul e branco está invicto em 2020, com duas vitórias e um empate pelo campeonato estadual, o qual lidera. O Confiança tem no plantel alguns nomes conhecidos da torcida do Bahia, a exemplo de William Barbio e Ítalo Melo.
- CSA
Após vender caro o rebaixamento em sua primeira Série A da vida, o CSA quer surpreender novamente. O clube azulino foi outro que se movimentou bastante no mercado e contratou nomes conhecidos do futebol carioca como Diego Maurício, ex-Flamengo, e Rodrigo Pimpão, ex-Botafogo. Além disso, é comandado por Maurício Barbieri, treinador que iniciou a carreira no atual campeão brasileiro.
- Imperatriz
Por si só, o Imperatriz merece uma menção honrosa. É o único time entre os 16 desta edição da Lampions League que não é de uma capital. A cidade maranhense que dá nome ao Cavalo de Aço fica na fronteira com Tocantins e está mais próxima de Belém, no Pará, do que de São Luís, capital de seu estado. O Imperatriz estreou bem no Nordestão ao vencer o CRB de virada por 2x1, em jogo que teve recorde do gol mais rápido da história da competição marcado por Rafael Longuine, do CRB, aos 38 segundos.
- Náutico
De volta à Série B, o Náutico quer viver um 2020 tão mágico quanto o ano anterior. A torcida do Timbu foi protagonista das cenas mais marcantes do futebol brasileiro no ano passado após conseguir o acesso em cima do Paysandu, nos pênaltis. A festa do alvirrubro ainda ficou completa com o título da Série C, em cima do Confiança. O time recifense apostou em nomes que lhe fizeram bem no passado para seguir sorrindo: Erick, ex-Vitória, retornou ao clube que o revelou, enquanto Kieza está de volta a um dos lugares onde foi mais feliz já carreira. O começo de ano, no entanto, não está bom. Nem amistoso o Náutico conseguiu ganhar na atual temporada. Mas também não perdeu: são quatro empates em quatro jogos, sendo dois em amistosos contra o Treze-PB.
- Santa Cruz
Primeiro adversário do Bahia no ano, o Santa Cruz iniciou a temporada com 11 jogadores contratados, além do técnico Itamar Schülle. O pacotão de reforços é para tentar tirar a Cobra Coral da Série C neste ano, além de levantar pelo menos a taça do Campeonato Pernambucano, que não ergue desde 2016 - mesmo ano em que o dono do Arruda faturou a Copa do Nordeste. Didira e Pipico são os grandes nomes do elenco do Santinha, que ainda tem o lateral Fabiano, emprestado pelo Vitória. O Santa Cruz lidera o Campeonato Pernambuco com seis pontos, fruto de duas vitórias em dois jogos.
- Vitória
O rubro-negro está montando um time com vistas já para a disputa da Série B a partir de maio. Alguns jogadores “cascudos”, a exemplo de Júnior Viçosa, Maurício Ramos e Gérson Magrão, se juntaram a jovens como Guilherme Rend, João Victor e promessas da base para compor o time principal do rubro-negro. O destaque, no entanto, ainda atende pelo nome de Thiago Carleto, uma ameaça constante nas bolas paradas e chutes de longa distância. Após um 2019 frustrante, o Leão entra na Copa do Nordeste com o objetivo de mostrar o seu cartão de visitas para a temporada que está apenas começando.
*Com supervisão do editor Herbem Gramacho