Guto reclama de pênalti não marcado: 'Prejudicados pela arbitragem'

Técnico do Bahia lamenta desfecho de lance polêmico, mas admite que time rendeu abaixo do que se esperava

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  • Da Redação

Publicado em 30 de outubro de 2021 às 23:17

- Atualizado há um ano

. Crédito: Felipe Oliveira/EC Bahia

Em um 'jogo de seis pontos' contra a zona de rebaixamento, o Bahia empatou sem gols com o Juventude, na noite deste sábado (30), no Alfredo Jaconi. A partida foi disputada, mas o que mais chamou a atenção foram as atuações do VAR. Com direito à polêmica e bronca do Esquadrão.

Aos 15 minutos do primeiro tempo, Ronaldo finalizou para o gol vazio, só que a bola tocou no braço de Vitor Mendes antes de sair pela linha de fundo. O árbitro chegou a consultar o vídeo, mas entendeu que era mão de apoio e não marcou pênalti.

Depois de Gilberto criticar a decisão, o técnico Guto Ferreira também esbravejou. Para o comandante, não só a penalidade tinha que ser assinalada, como o jogador do Juventude teria que ter levado o cartão vermelho.

"Nós tivemos oportunidade e fomos prejudicados pela arbitragem. Aliás, muito prejudicados, porque era um lance capital. Seria um pênalti, que a gente poderia fazer o gol, abrir o placar. E ainda o jogador teria que ser expulso. Foi um jogador que deu um carrinho na bola e não pegou a bola, ele tirou a bola com o braço. Mas, fazer o que, né... O VAR chamou. Se fosse um lance sem problemas, o VAR não teria chamado", disse."Mas o nosso amigo resolveu chamar para ele a responsabilidade, e essa situação prejudicou bastante o Bahia nessa partida. A gente poderia ter feito uma partida já desde o início com um jogador a mais, quem sabe até com o placar na frente. Talvez, nesse momento, a gente estivesse discutindo outras coisas, porque a tendência é que esse desgaste, essa situação do jogo, pudesse estar mais equilibrada no momento que a gente teria um jogador a mais", completou Guto.

Para enfrentar o Juventude, o técnico promoveu mudanças. Algumas, forçadas, como as saídas dos suspensos Nino Paraíba e Matheus Bahia. Juninho Capixaba e Renan Guedes entraram nas posições. A principal alteração, porém, foi Rodallega como titular no ataque, substituindo Gilberto. Guto explicou a escolha, e justificou que o artilheiro foi preservado diante do desgaste físico provocado pela sequência de jogos.

"Gilberto saiu no jogo passado reclamando que estava com a panturrilha dolorida. Desde quando nós chegamos, os comentários são de que, quando Gilberto joga com intervalo de três dias, o desgaste é muito grande. Gilberto jogou contra a Chape e nós tiramos ele cedo, para colocá-lo de início contra o Ceará. E, contra o Ceará, nós precisamos tirá-lo aos 25 ou 30 do segundo tempo, porque ele já estava esgotado. E aí vinha o acúmulo, de novo.  Aí você vai correr o risco de lesionar? Não dá, né... Você correria o risco se não tivesse um jogador do nível de Rodallega ali do lado. É um cara que que se entrega muito taticamente, procura fazer sempre o que a gente conversou, e isso ajuda muito a equipe", justificou.

O Bahia, porém, não rendeu muito bem. O Juventude pressionou bastante e assustou o visitante em algumas oportunidades. Mas o Esquadrão segurou o rival e, agora, volta para Salvador com um ponto na bagagem. Guto comemorou o resultado, mas admitiu que o rendimento ficou abaixo do que esperava."A gente não pode esquecer que eles têm jogado muito bem, é sempre muito difícil jogar contra o Juventude aqui. O fato de eles não terem jogado no meio da semana faz toda a diferença. Eu acho que, dos jogos que eu fiz, esse... Não vou falar pior, não. Foi um jogo que a gente conseguiu ter um menor rendimento em relação aos outros. Mas, ainda assim, a gente poderia, de repente, ter saído com... Nós tivermos bola na trave. Ah, mas tomamos bola na trave também. Tudo bem, é o equilíbrio do jogo. Em cima de todas as dificuldades, a gente sai com um ponto importante", comentou o técnico.Com o resultado, o Tricolor de Aço segue sem perder sob o comando de Guto Ferreira: soma dois triunfos e quatro empates. O Bahia permanece na 15ª colocação, com 33 pontos. Mas pode ser superado na tabela pelo Ceará, que tem a mesma pontuação mas joga neste domingo (31), às 16h, no Castelão, contra o Fluminense.

Agora, o treinador terá uma semana para trabalhar a equipe. O Esquadrão só volta a jogar no domingo da semana que vem, dia 7, às 18h15, na Arena Fonte Nova, contra o São Paulo.

Confira outros trechos da entrevista de Guto Ferreira

Ausências no setor defensivo À medida que você tem trocas, o conjunto fica prejudicado, digamos assim. Mas eu acho que, defensivamente, a equipe se portou bem. O que não dá para a gente esquecer é que nós jogamos no meio da semana, eles não. A tabela nos colocou um jogo de reposição na quarta-feira e, queira ou não, isso fez toda diferença. Ainda assim, nós temos que aplaudir, porque nós suportamos o jogo até o fim. Eles diminuíram um pouco o ritmo, só conseguiram recuperar um pouquinho no fim, quando eles fizeram as últimas substituições. E nós tivemos várias trocas e conseguimos sustentar. Então, além da situação de trocas de jogadores, ainda tivemos a questão de ter jogado na quarta-feira. Na quinta-feira, nós tivemos problema no voo, nós chegamos com uma hora e meia de atraso. Era para todo mundo estar no hotel, dormindo 0h30, mas foi dormir 2h30, quase 3h da manhã. Nós chegamos, pousou, 1h30. Tudo isso faz diferença. Eles dormiram até um pouco mais tarde para treinar, fazer o apronto à tarde, no Beira-Rio, e aí subirmos, viemos para Caxias do Sul. Eu acho que, em cima de todas as dificuldades, a equipe está levando um ponto muito importante e que pode fazer toda diferença na hora de passar a régua no final. 

Queda de produção do ataque fora de casa Eu acho que o volume ofensivo não foi só nos jogos em casa, não. Se você colocar o Athletico-PR, nós tivemos um bom volume ofensivo. A partida contra o América-MG também foi fora de casa, nós tivemos um bom volume ofensivo. Isso, queira ou não, nos mostra que o problema não é jogar dentro ou fora. O problema é a situação que nós viemos para esse jogo em relação ao nosso adversário, que não trabalhou no meio de semana. Apenas treinou, pode direcionar toda a estratégia em cima do nosso jogo, e nós sequer tivemos um bom tempo para direcionar o nosso jogo em cima da estratégia deles. Mas, ainda assim, a gente teve oportunidades de fazer o gol.

Escolha por Jonas Eu acho que o Jonas entrou na partida passada, nos ajudou bastante e hoje, infelizmente, saiu muito cedo, acabou se lesionando. É um jogador experiente, que tem passe longo bom, que já vinha na rotina e e por isso que foi usado. 

Escolha por Ronaldo Ronaldo, dos jogadores que vinham entrando, em termos de beirada, é o jogador que tem entrado melhor. Hoje ele não fez o gol por detalhe. Um detalhezinho que chama braço. Que tirou a bola da direção do gol, senão ele teria feito 1x0 para nós. Foi um jogador que, no primeiro tempo, teve algumas dificuldades. Mas, na hora que nós trouxemos ele para o lado esquerdo e o Raí pelo lado direito, cresceu no jogo. Agora, é um jogador que ainda não tem um ritmo de 90 minutos no profissional. A gente sabe que vai contar com ele por 20, 30, 50, 60, 70 minutos, até chegar em um patamar onde ele vai conseguir jogar 90 em alta intensidade. Mas tudo isso é um processo.