Há o que se comemorar e o que se preocupar no Vitória

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  • Ivan Dias Marques

Publicado em 12 de março de 2019 às 05:00

- Atualizado há um ano

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Ainda que a crise perdure - até porque não é tão fácil de ser resolvida - o Vitória saiu do Ba-Vi do último domingo muito melhor do que entrou. Nada que justifique a tamanha alegria do treinador Marcelo Chamusca na entrevista coletiva pós-jogo, mas há o que se comemorar. E o que se preocupar.

É para celebrar, sim, a dedicação do grupo durante todo o jogo, sobretudo quando esteve com um atleta a menos. Chamusca ainda acertou ao escalar Mateus Rocha como extremo, fazendo dobradinha com Jeferson no lado direito. O jovem lateral emprestado pelo Palmeiras conseguiu explorar bem as subidas de Moisés quando o Bahia passava a atuar ofensivamente num 3-2-4-1 e também auxiliar na marcação. Outro ponto positivo do Leão foi a compactação e o respeito ao sistema do treinador.

Por outro lado, ver o elenco ser aguerrido, jogar compactado e com respeito tático apenas nos clássicos é um motivo para se preocupar. O Vitória empatou mais jogos (oito) do que o número de triunfos e derrotas somados (seis), o que simboliza uma equipe instável. 

Desses oito empates, em três o Leão saiu na frente, quatro saiu atrás (sendo que contra o Bahia de Feira virou e depois levou o empate) e um, exatamente o último clássico, terminou 0x0. 

Para manter o espírito de luta, o papel de Neto Baiano e, agora, Victor Ramos será fundamental. Com anos de casa, os dois conhecem o clube e a torcida e seu comportamento crítico, ainda que a contratação de ambos seja questionável. Num momento em que os rubro-negros já se conformaram com o mais complicado - a falta de recursos financeiros para formar um time à altura do clube - mostrar determinação e vencer adversários de menor tradição é uma obrigação. O elenco pode ser ruim, mas o desempenho, no geral, é ainda abaixo de sua capacidade técnica. E de luta.

Cigano ‘O cara voltou’, escreveu o amigo Gabriel Evangelista no Twitter, me marcando, logo depois da vitória de Júnior Cigano sobre Derrick Lewis. Não acho que tenha ‘voltado’, mas gosto muito da versão atual do lutador radicado em Salvador.

Contra Lewis, Cigano ratificou um comportamento que me agrada muito e o qual cobrei diversas vezes dele neste espaço: estratégia e leitura de luta. Sabendo da mão de concreto que o americano tem, o brasileiro traçou seu caminho na base do entra e sai, aproveitando sua maior velocidade e qualidade técnica.

Correu alguns riscos, é verdade, mas riscos normais dentro de um combate entre dois tops da categoria dos pesos-pesados. O único porém foi quando Cigano deu um chute violento na linha de cintura, Lewis sentiu, mas ficou esperando o brasileiro se aproximar distraidamente para contragolpear. O soco até pegou, mas sem a força necessária para Cigano deitar.

O Cigano do passado, principalmente nas duas últimas lutas contra Cain Velásquez, não conseguia mudar de estratégia quando o combate saía do seu controle. Acabava rendido pelo oponente, sem esboçar reação. Agora, finalmente  recuperado, sobretudo mentalmente, das derrotas para o ex-campeão e com mais uma vitória, talvez, consiga brigar pelo cinturão do UFC mais uma vez. 

Ivan Dias Marques é subeditor de Esporte e escreve às terças-feiras