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"PM não tem como ser onipresente", diz capitão; bairro está ocupado
Bruno Wendel
Publicado em 2 de dezembro de 2021 às 12:59
- Atualizado há um ano
Um jovem morreu depois de ser baleado na noite da quarta-feira (1º) na região do Penacho Verde, em Valéria. Ainda não identificado formalmente, o rapaz se chama Nielson e ficou horas aguardando a remoção. Momentos antes no bairro, um adolescente de 13 anos foi assassinado depois que encapuzados o retiraram de casa.
O corpo de Nielson foi recolhido pelo Departamento de Polícia Técnica (DPT) por volta das 10h desta quinta. "Ontem foi mais uma noite de terror. Eles chegaram atirando às 23h40 e só acabaram às 3h.Eles querem tomar tudo aqui, mas os meninos não deixam ", contou nesta quinta, uma moradora sobre o ataque do BDM à Rua Penacho Verde, onde o domínio é da Katiara.
A entrada da Rua Penacho Verde fica a poucos metros do Colégio Estadual Professora Noemia Rego, onde uma Base Móvel da Polícia Militar foi instalada desde quando a violência vem dominando o bairro. "Mas ontem, desde às 18h, que não havia mais polícia alguma", disse ela
O capitão Osniesio Salomão, da 31 Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM/Valéria) disse que a morte do rapaz está atrelada à disputa pelo controle do tráfico de drogas do bairro. "Todas as mortes até agora estão relacionadas à guerra do tráfico. Estão aproveitando um momento quando a polícia não está. A PM não tem como ser onipresente. São em alguns instantes que eles estão agindo", declarou o capitão em frente à base móvel.
Tiroteios na região da Penacho Verde são constantes. Por conta disso, moradores chegaram a abandonar casas, que foram deixadas para trás crivadas de balas.
A Polícia Militar ocupa o bairro em operação especial desde março desse ano.