Homenageado, Evaristo agradece e relembra histórias no Bahia

Ex-treinador usou do bom humor para falar sobre as suas passagens pelo clube

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  • Gabriel Rodrigues

Publicado em 11 de janeiro de 2020 às 15:23

- Atualizado há um ano

. Crédito: Fotos de Felipe Oliveira/EC Bahia

O grande destaque do dia era a apresentação do novo centro de treinamentos do Bahia. Mas, além da estrutura do novo CT, os mais de sete mil torcedores que estiveram na Cidade Tricolor na manhã deste sábado (11) buscavam também um aperto de mão, um abraço ou uma foto com Evaristo de Macedo. Um dos homenageados do dia, o mestre Evaristo, como é carinhosamente chamado pelos torcedores, foi um dos mais tietados.

Não é para menos. Técnico campeão brasileiro em 1988, ele dá nome ao novo CT e, pela primeira vez, conheceu as instalações do local. Acompanhado por uma multidão em cada passo que dava, Evaristo participou de homenagens às sete vítimas da tragédia ocorrida na Fonte Nova em 2007 e até ajudou a plantar o jambeiro símbolo do Fazendão. A árvore havia sido colocada no antigo local de treinamentos em 1979, ano da inauguração, e foi levada para a Cidade Tricolor.  Evaristo ajuda a plantar árvore da época da inauguração do Fazendão Diante de uma multidão, ele agradeceu pelo carinho. "Quando eu comecei aqui muitos de vocês não tinham nascido. Eu treinei na Fazendinha, no Fazendão e agora comprei isso aqui. Tá lá, Evaristo de Macedo. É meu (risos). Muito obrigado por tudo, por todos esses anos que eu passei aqui. O abraço que eu vou dar neles (ex-jogadores) é como se fosse um abraço em todos vocês", disse Evaristo, lembrando dos antigos locais de treinamento do Bahia.

No estilo turrão de sempre, o ex-treinador ainda usou do bom humor para lembrar dos tempos em que comandava o tricolor. Reunido com ex-atletas como Zé Carlos, João Marcelo, Gil Sergipano e Baiaco, ele lembrou histórias e afirmou que tudo que conquistou foi graças ao que os atletas mostraram em campo. 

"Eu tive uma convivência muito grande com eles. Eu não ensinava a eles, eles nasceram sabendo. Nós apenas aparamos algumas arestas, conseguimos, pela nossa experiência, passar algumas coisas. Mas se eu sou alguém, eu devo a eles. Eu não jogava. A preleção e o treinamento ajudam, mas quem ganha o jogo são eles. Esses atletas representam a evolução do Bahia. Não fossem eles campeões, nós não estaríamos aqui hoje. A presença deles aqui, na minha ótica, é a inspiração para outros títulos. Eles são vencedores. Esse é o lado bom. O lado ruim é que eu tinha que aturá-los", brincou Evaristo, antes de continuar: 

"Quando nós treinávamos na Fazendinha, Baiaco acordava 4 horas da manhã e ligava o rádio a toda altura. Eu queria dar umas pancadas nele (risos). Mas ele compensava tudo no campo. O treinador não admite algumas coisas que o jogador faz, mas depois a gente esquece quando eles estão no campo", disse o ex-treinador.

Presidente do Bahia, Guilherme Bellintani explicou a escolha pelo nome de Evaristo para o novo CT e afirmou que todo torcedor tricolor se sente representado na figura do técnico campeão brasileiro. 

"Quando alguém me perguntou outro dia quem era o maior ídolo do Bahia, e eu falei Evaristo, as pessoas pensavam o motivo. Acho que Evaristo simboliza a união do clube. União de atletas, dirigentes, conselheiros e principalmente da torcida. Um cara que é inquestionável pela torcida. Trouxe uma das grandes alegrias que a gente tem. Uma pessoa que vive o Bahia intensamente, tem conexão com a Bahia e com o clube. Nomear o Centro de Treinamentos Evaristo de Macedo é fazer uma homenagem a toda nação tricolor. Todo mundo se sente representado por Evaristo".