Idoso suspeito de matar sobrinho com ácido é espancado no Alto do Peru

Acusado de matar o repositor de supermercado Willian Costa da Silva, 21

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  • Bruno Wendel

Publicado em 24 de janeiro de 2022 às 18:02

- Atualizado há um ano

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Um idoso de 68 anos foi espancado no bairro do Alto do Peru. Acusado de matar o próprio sobrinho jogando ácido no rosto, ele foi atacado com murros e chutes. O tio do rapaz foi salvo pela Polícias Militar e ainda não há pistas sobre quem são os autores das agressões, que aconteceram  na tarde de domingo (23).  O idoso é acusado de matar o repositor de supermercado Willian Costa da Silva, 21, que não resistiu após ter 40% do corpo queimado por ácido – o sobrinho passou 29 dias internado Hospital Geral do Estado (HGE). Ainda no domingo, a PM apresentou o tio na Central de Flagrantes, mas ele foi solto no mesmo dia. “Ele não tinha mandado de prisão em aberto, por isso foi liberado”, disse nota da Polícia Civil.  A soltura deixou os parentes de Willian revoltados. “Como pode isso? Ele mata meu sobrinho, faz um estrago desse tamanho em nossas vidas, e fica por isso mesmo? Ele premeditou o crime. Comprou o ácido e foi até o quarto do meu sobrinho e jogou no rosto dele”, declarou uma das tias da vítima, a empregada doméstica Edimildes dos Santos Costas, 44.    Willian morreu após o tio jogar ácido em sua rosto. Ele passou 29 dias internado (Foto: Reprodução) Espancamento O espancamento aconteceu na Rua do Oriente, nas proximidades da loja de atendimento da Embasa. De acordo com moradores, o idoso caminhava no local quando foi cercado por um grupo de homens que começaram a dar socos e chutes. Ele chegou a correr para a Avenida Creuza, em escadaria que dá acesso à Avenida San Martin. “Mas ele foi alcançado e continuou apanhando”, conto um morador.  A Polícia Militar informou que foi acionada para o local, causando dispersão dos agressores. O idoso foi levado para a Central de Flagrantes, pois policiais foram informados que ele era a mesma pessoa que havia jogado ácido em um rapaz, que morreu dias depois. “Nós não sabemos quem fez isso, mas a nossa vontade não é essa, que ele morra, e sim que ele fique preso, para que a consciência dele o lembre o estrago irreparável que fez em nossas vidas. A morte, para ele, é um alívio”, disse Edemildes. Desde o dia do ataque, o tio deixou a casa onde morava com o restante da família, inclusive com a mãe e os irmãos da vítima.  

Ácido Willian sofreu o ataque com ácido, no dia 10 de dezembro do ano passado, no bairro de São Caetano. O repositor de supermercado estava em seu quarto quando o tio pediu para uma prima preparar um chá. “Ele aproveitou que ela estava na cozinha e foi até o quarto de meu sobrinho, que fica nos fundos da casa. Ele chamou Willian e disse: ‘olha o que tenho para você’ e jogou o ácido no lado direito do menino”, contou Edemildes. Na hora, o produto acabou consumindo outras partes do corpo do rapaz.   Internado no HGE, Willian chegou a apresentar melhora. “Ele brincava com a gente, ria, comia, estava falando, mas os exames apontaram que havia componentes do ácido na corrente sanguínea. Quando foi no dia 9 deste mês, a equipe médica disse que ele não resistiu”, relatou a tia do rapaz. A Polícia Civil informou que as investigações sobre a morte de Willian Costa estão a cargo da 3ª Delegacia de Homicídios/BTS, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa.

Raiva A família disse que Willian era um rapaz trabalhador e cheio de sonhos, o que incomodava o tio. “Ele não gostava do sucesso do sobrinho. Ele sempre foi uma pessoa encostada, que sempre dependeu de outras pessoas. Quando viu Willian concluindo o segundo grau e trabalhando, comprando as coisas dele, ajudando a mãe, fazendo curso para ser massagista, dizendo que ia estudar Direito, ele (acusado) começou a nutrir uma inveja, uma raiva gratuita, ao ponto de não mais falar com o menino”, declarou  Edemildes.