Ilê Aiyê homenageia Mãe Hilda em show no YouTube

Apresentação é parte da Semana da Mãe Preta, comemorada desde 1978

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  • Wendel de Novais

Publicado em 26 de setembro de 2021 às 20:55

- Atualizado há um ano

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. por Divulgação/Simples Produções

Quem sente falta da energia que invade a ladeira do Curuzu quando o Ilê Aiyê bota o bloco na rua pôde matar um pouquinho dessa saudade no fim da tarde deste domingo (26). É que o bloco afro fez um show transmitido no YouTube para a Semana da Mãe Preta, comemorada desde 1978 em homenagem a Mãe Hilda Jitolú, sacerdotisa do candomblé e dirigente espiritual do Ilê Aiyê, que morreu há 12 anos. 

No chat da live, era fácil reparar os comentários emocionados dos quase mil espectadores acompanhando o show, que iniciou com homenagens a países africanos, passou pelas lutas e resistências negras no Brasil, como as revoltados dos Malês e dos Búzios,  fez reverência a Mãe Hilda e as mães pretas e fechou a comemoração com grandes clássicos do Ilê como as músicas Que Bloco é Esse? e Samba Papelô/Lagoa.

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O show é uma homenagem antiga do bloco que, com o passar do tempo, se tornou uma referência também a todas as mães pretas, como explica Sandro Teles, produtor do Ilê. "A Semana da Mãe Preta é um evento criado com a intenção de homenagear Mãe Hilda, matriarca do Ilê Aiyê. Só que, com o passar do tempo, do final da década de 80 para frente o Ilê estende essa homenagem também para todas as mães negras, especialmente para as mais velha, senhoras, mães de santo, todas as mães pretas guerreiras e de luta", conta.

O produtor falou, ainda ,sobre o valor fundamental de Mãe Hilda para a constituição e continuação do bloco, já que ela é considerada alicerce do Ilê. "Mãe Hilda foi a base que fez com que o Ilê surgisse, a ideia partiu dela, que aconselhou os jovens que criaram o bloco. Ela sempre teve uma presença muito forte, conhecida como grande matriarca do Ilê por uma série de ações que ela fez pelo bloco", ressalta Sandro. Equipe que produziu show posou para foto na gravação (Foto: Reprodução/João Tatu) Antes da pandemia, a Semana da Mãe Preta era acompanhada de uma série de eventos nas escolas do Ilê com palestras, exposições e seminários. Ações que culminavam sempre no ensaio do Ilê, que, neste ano, em virtude, foi única que ação possível de manter em forma do show que foi transmitido e mexeu com o coração de quem é apaixonado pelo bloco.

*Sob supervisão do chefe de reportagem Jorge Gauthier