Invernou: Salvador registra 40 ocorrências por conta da chuva

Mau tempo começou nesta segunda-feira

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  • Eduardo Dias

Publicado em 25 de novembro de 2019 às 17:29

- Atualizado há um ano

. Crédito: (Foto: Eduardo Dias/CORREIO)

Se o último final de semana foi de sol, com temperaturas médias variando entre 29°C e 30°C, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a semana começou com cara de Inverno. Salvador amanheceu nesta segunda-feira (25) com o tempo fechado e chuva ao longo do dia. Durante as primeiras horas da manhã, uma chuva fina caiu em algumas partes da cidade, mas o vento e o céu nublado deram à capital baiana uma cara da estação mais fria do ano. Foto: Marina Silva/CORREIO Embora em alguns pontos da cidade a chuva tenha sido fina, em bairros como a Calçada, na Cidade Baixa, provocou alagamentos e pontos de lentidão no trânsito. O Centro de Monitoramento e Alerta da Defesa Civil (Cemadec) já havia emitido um alerta sobre a chegada do mau tempo. 

A previsão para a terça-feira é de céu nublado, com possibilidade de chuvas a qualquer momento. A mínima é de 24ºC e a máxima de 31ºC. A previsão com chuva segue até a quinta-feira (28), quando o tempo começa a melhorar, passando a parcialmente nublado e com possibilidade de chuva. As temperaturas até o final da semana variam entre mínimas de 24°C e máximas de 31°C.

De acordo com o diretor geral da Defesa Civil do Salvador (Codesal), Sosthenes Macedo, somente na manhã desta segunda-feira já foram registradas seis ameaças de deslizamentos de terra e seis ocorrências de desabamentos de imóveis. Até às 16h30, foram 40 ocorrências: dois alagamentos de imóveis, 15 ameaças de desabamento, 13 ameças de deslizamento, duas árvores ameaçando cair, uma árvore caída, uma avaliação de área, três deslizamentos de terra, duas infiltrações e uma orientação técnica. Não houve ocorrências com vítimas. 

"São pedidos da população através do 199 para que nossas equipes realizem as vistorias. Há o alerta de chuvas fracas a moderadas para as próximas 48 horas, existe risco para alagamentos e possíveis deslizamentos de terra. Para emergências, ligar para o 199”, disse Sosthenes Macedo. Foto: Marina Silva/CORREIO Prejudicados Para quem depende do dia seco para trabalhar, a segunda-feira foi de movimento fraco e de procura por um abrigo em locais seguros, para se proteger da chuva, como explica a panfletista Lucineide Cardoso, 48 anos, que trabalha na região do Largo da Calçada, distribuindo panfletos. Ela contou que precisou se alojar na Estação de trem da Calçada para poder dar continuidade ao seu trabalho matinal enquanto chovia.

"Nos dias de chuva como hoje, procuro um local para me abrigar, até mesmo porque trabalho com panfletos de papel, para não molhar, mas continuo distribuindo. Com o tempo desse jeito, até para vir trabalhar é complicado, o trânsito fica uma loucura. A chuva atrapalha a quantidade de panfletos que costumo distribuir por dia, mas gosto de ficar em locais que passam bastante gente, como próximo à sinaleira, mas com tudo alagado não dá", contou. Lucineide se abrigou na Estação Calçada para entregar seus panfletos (Foto: Eduardo Dias/CORREIO) Assim como Lucineide, o engraxate e sapateiro Carlos Alberto dos Santos, 64, que também trabalha em frente à Estação Calçada, mas no caso dele há cerca de 44 anos, o dia chuvoso atrapalhou um pouco seu serviço, mas ele procurou um jeito de não ficar parado.

“Eu me viro do jeito que dá, eu trabalho com engraxate e conserto de calçados. Nos dias de chuva, como hoje, ninguém engraxa sapato, então eu fico só nos serviços de conserto mesmo, dando prioridade aos pedidos que tenho. Sempre que chove a Cidade Baixa alaga, é preciso fazer algo para que essa água seja escoada de alguma forma e livre a rua para as pessoas transitarem”, afirmou Carlos. Carlos Alberto aproveitou a chuva para adiantar os consertos de calçados (Foto: Eduardo Dias/CORREIO) Passagem secreta Com o alagamento em frente a estação de trem da Calçada, algumas pessoas que não sabiam da existência de uma ‘passagem secreta’ próximo ao local, ficavam ilhadas aguardado o nível da água acumulada baixar. Ao contrário dessas pessoas, o vendedor ambulante Natanael Palmeira, 54, utilizou a passagem para atravessar com seu carrinho de água gelada até o outro lado do Largo da Calçada.

“Muita gente que anda por aqui não sabe da existência dessa passagem, que é tão antiga quanto o trem. Só fica lá do outro lado, ilhado, quem quer. Como eu sei, passei para o lado de cá, sem sequer me molhar”, contou. Natanael utilizou a passagem subeterrânea para atravessar com seu carrinho para o outro lado do Largo da Calçada (Foto: Eduardo Dias/CORREIO) Embora tenha atravessado pela passagem subterrânea sem se molhar, a vendagem de água mineral de Natanael deixou seu bolso seco também. Isso porque suas vendas não iam muito bem. Ele contou que os dias chuvosos são os piores para a venda de seu produto.

“As pessoas preferem beber água em casa em dia de chuva, mas não desistimos, continuo oferecendo. Torço para o sol aparecer logo para poder vender mais água”, brincou.

Com supervisão do chefe de reportagem Jorge Gauthier*