Investigada por morte de empresário, Maqueila estava escondida em casa de amiga de Jaguaripe

Ela foi presa em Aracaju. A dona do imóvel será ouvida também pela polícia

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  • Bruno Wendel

Publicado em 24 de março de 2022 às 21:06

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Reprodução/TV Bahia

A prisão da ex-detenta Maqueila Santos Bastos foi uma questão de tempo. A polícia já sabia a cidade em que ela estava, mas não quem a acobertava. Foi preciso juntar as evidências para chegar à conclusão de que a foragida era mantida escondida esse tempo todo em Aracaju, na casa de uma amiga, moradora de cidade Jaguaribe, cidade do Recôncavo baiano - onde se deu o início de toda a trama. 

"Ela estava na casa de uma amiga, que mora na localidade da Ilha d'Ajuda, aqui mesmo em Jaguaripe. Depois da morte de Leandro, as duas mantinham contato com uma certa frequência através de ligações e mensagens de aplicativo. Vamos tomar o depoimento dela (amiga)", declarou o titular da Delegacia de Jaguaripe, delegado Rafael Magalhães, que manteve o nome da dona do imóvel em Aracaju em sigilo. 

Maqueila, amiga da esposa de Leandro Troesch, encontrado morto na pousada de luxo Paraíso Perdido, foi presa nesta quinta-feira (24) em Sergipe - ela teve a prisão temporária decretada no dia 14 de março. A foragida foi encontrada pela polícia sergipana no bairro Santos Dumont, após uma denúncia anônima. Com ela, havia um veículo locado, que não tinha sido devolvido à locadora.   O corpo de Leandro Troesch ter sido encontrado, no último dia 25, em dos quartos da pousada de luxo (Foto: Reprodução) "Como já sabíamos a região onde ela estava, a Polinter (Polícia Interestadual) alertou todos os estados que passaram a procurá-la, inclusive em Aracaju, onde os fortes indícios indicavam que ela estava lá. Estamos apurando se na ocasião da prisão, ela estava se preparando para fugir, pois teria que devolver um carro, um Jeep Compass, à uma locadora", disse o delegado que aguarda a vinda de Maqueila para a Bahia. 

Maqueila respondia em liberdade à processos por estelionato e teria feito amizade com a esposa de Leandro durante a prisão. Ao ser liberada pela Justiça, a ex-detenta trabalhou na pousada, mas foi expulsa por Leandro dez dias antes dele ter sido encontrado morto em dos quartos da pousada.  A Polícia Civil da Bahia apura a possibilidade de Leandro ter sido assassinado - nessa condição, Maqueila é investigada. 

É apurado também se a ex-detenta teve participação na morte de um dos funcionários de Leandro, o Billy, apontado como peça-chave na elucidação da morte  do empresário. A esposa de Leandro, Shirley da Silva Figueiredo, teve prisão decretada igualmente no dia 14 pelos mesmos motivos de Maqueila - as duas são muito amigas e sumiram após a polícia tomar conhecimento do corpo de Leandro, que não aprovava a aproximação da mulher com Maqueila.  Marcel Silva, o Billy, foi morto no dia em que daria um depoimento à polícia (Foto: Reprodução) "Com a prisão dela (Maqueila) estamos mais próximo para elucidar as mortes. Agora, acredito que logo encontraremos Shirley. É mais uma questão de tempo", garantiu o delegado, que vai pedir à justiça amanhã, quando a morte de Leandro completa um mês, a prorrogação do inquérito por mais  30 dias.

MenorJá o inquérito que apura morte de Billy, o delegado disse que acredita que em duas semanas encerra a investigação. "Mas ainda não posso falar sobre a motivação. Faltam depoimentos", pontuou. Nesta quarta, um dos cinco suspeitos que teve a prisão decretada, Alan, se apresentou na delegacia, na companhia de um advogado. "Ele chegou aqui e disse que só vai falar em juízo, ou seja, na presença do juiz", contou o delegado. 

Nesta terça (23),  foi a vez do menor de 17 anos se apresentar na polícia. Ele foi quem deu as sete facadas em Billy - o corpo dele foi encontrado nu, com também sinais de espancamento e tiro. "Ele já está em Salvador, recolhido na Case (Centro de Atendimento Socioeducativo para Menores Infratores) de Tancredo Neves. Vai ficar por 45 dias e depois terá uma audiência com o juiz, que decidirá seu destino", relatou o delegado. 

Outras três pessoas estão sendo procuradas, entre elas a irmã do adolescente que, inicialmente, a polícia desconfiava que ela teria atraído Billy para uma emboscada, pois a vítima dormia com ela quando foi retirada de uma casa. "Ela chegou aqui dizendo que não tinha nada a ver, mas agora sumiu. Não a encontramos em lugar algum", declarou Magalhães.