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Carmen Vasconcelos
Publicado em 23 de setembro de 2020 às 22:04
- Atualizado há 2 anos
Trabalho pesado Nesse período, ele já conhecia o pessoal do Harmonia do Samba e começou a tocar com o grupo. “No início, é muita ‘ralação’ porque você ainda não tem valor artístico por mais talentoso que seja, os cachês são baixos, quando não se toca de graça e, por vezes, até o som é preciso que você alugue para garantir a apresentação”, pontua. Nessa época, o Harmonia do Samba contou dois apoiadores, que garantiam algum suporte para a banda, mas que, em contrapartida, terminaram lesando o grupo, que era muito inexperiente. “Ouvi muita crítica, muita pressão por deixar o certo de empregos com carteira assinada pelo campo duvidoso que era a música”, disse. >
Por fim, a situação começou a mudar e a banda estourou junto com o avanço da pirataria de CDs, quando o Harmonia do Samba era tocado nos porta-malas abertos pela orla de Salvador. “Essa situação não foi uma iniciativa da banda, mas serviu para divulgar o nosso trabalho de uma forma impressionante”, diz o empresário e cantor, lembrando que enquanto se preparava para as apresentações, também se despia de qualquer vaidade e saía com a fita cassete da banda apresentando aos radialistas e a qualquer pessoa que pudesse ajudar na divulgação. >
Num episódio que ele chamou de 'choro mais feio da sua vida', no estúdio, Xanddy conta que teve vontade de desistir e chegou a conversar com a banda que abandonaria a carreira musical, pois havia o dilema entre colocar comida em casa ou perseguia o sonho de infância. “Depois do choro e da comoção toda, parei, refleti e chamei o pessoal para fazer mais uma tentativa e, depois disso, não paramos mais”, narrou para Flávia. Xanddy conta que precisou aprender na marra como cuidar dos negócios para evitar que a banda fosse lesada e tivesse perdas maiores (Reprodução/Instagram) Louros da fama O trabalho cresceu e o Harmonia do Samba ganhou visibilidade nacional. Durante dois anos, o cantor conta que a banda viveu num êxtase da fama e do reconhecimento pelo trabalho. O pé no chão chegou com o primeiro fracasso da banda em termos comerciais, com o álbum Meu e Seu. Sem a repercussão anterior, com o cachê em baixa, a banda precisou parar, reavaliar a essência e voltar para as origens. >
Um pouco antes, Xanddy conta que começou a perceber que precisava conhecer mais do próprio negócio, conhecer os desejos do público, entender de todo os detalhes que cercavam a carreira pessoal e da banda se quisesse viver a vida da própria música e manter o sonho dos outros companheiros. “Voltamos para as nossas origens e compreendemos onde estávamos, quais eram os nosso erros e acertos e como deveríamos nos comportar à partir daquele momento”, disse durante a live. >
Depois da experiência com o primeiro fracasso, o grupo começou a planejar melhor tudo, cada detalhe, dos shows, aos álbuns e os projetos especiais. “Nossos fãs são muito fiéis e atentos a tudo que fazemos, assim como são os timbaleiros e chicleteiros, por isso chamamos de torcedores, são os nossos torcedores”, destaca. >
Para quem quer viver da arte ou entretenimento, o cantor e empresário deixou um recado: “não desista do seu sonho, se você acredita que tem um potencial, vá em frente!”, enfatizou. A live Empregos e Soluções é realizada todas as quartas-feiras, às 18h, no perfil do Correio no Instagram. >
Harmonia nos negócios O cantor fez questão de enfatizar alguns aspectos considerados fundamentais para crescer no campo do entretenimento cultura e artes. Confira.>
1. Tenha um propósito e acredite nele;>
2. Tenha determinação porque o sucesso é o resultado de muito esforço;>
3. Para ser reconhecido, é preciso deixar a vaidade de lado e batalhar por visibilidade;>
4. Aprenda sobre o negócio para não ser lesado;>
5. Mesmo que haja pessoas cuidando dos detalhes, não terceirize a responsabilidade com a sua carreira, com o seu negócio;>
6. Estabeleça e cumpra metas;>
7. Não deixe de escutar o seu público. É ele quem sustenta sua carreira. >