Jornalista é espancado ao filmar guerra de espada em Cruz das Almas

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  • Da Redação

Publicado em 28 de junho de 2021 às 19:45

- Atualizado há um ano

. Crédito: Reprodução

O jornalista Orlando Oliveira Silva foi agredido na última quinta-feira (24), enquanto filmava uma guerra de espadas em Cruz das Almas. Ele foi atingido por socos e pontapés, após ter sido perseguido e derrubado e ficou com escoriações nos braços, costas e rosto. O material seria utilizado em uma matéria jornalística, mas o aparelho celular do profissional também foi destruído durante a agressão.

Segundo Orlando, a queima de espadas ocorria na rua em frente à casa do agressor, um empresário conhecido na cidade como Tereco, que, quando percebeu que o jornalista fazia o registro da atividade, iniciou a ação violenta. Morador do bairro, o profissional correu, mas foi alcançado antes de chegar em casa. Uma moradora do bairro, ao ver as agressões, usou sua moto para apartar a situação, permitindo que ele pudesse se levantar, correr e pedir socorro aos seus familiares, que também acabaram agredidos.

"Tereco e os demais tentaram tomar posse do meu celular, o qual estava preparando para fotografar e como não permiti tal ato de violência à minha pessoa, começaram a me agredir, consegui me desvencilhar deles e corri, eram muitos, talvez mais de dez pessoas que me perseguiram, e próximo à minha casa me derrubaram e passaram a me espancar, foi um massacre. Muitas pessoas presenciaram aquelas cenas de terror", relatou, através de postagem no Facebook.

Nesta segunda (27), ele fez o exame de corpo de delito e disse que vai tomar as providências policiais e jurídicas cabíveis para exigir reparação pelas agressões e prejuízos sofridos.

A guerra de Espadas é proibida em Cruz das Almas desde 2011, mas, neste ano, além da proibição, também houve uma recomendação do Ministério Público do Estado (MP-BA) para coibir a manifestação por conta da Pandemia do coronavírus. O jornalista ainda afirmou que respeita os verdadeiros espadeiros, que declaram publicamente, através de Associação, que este momento de pandemia não é o ideal para realizar tal prática, pois as vidas devem estar em primeiro lugar.

“O clima de violência que vivemos hoje no Brasil não surgiu agora, mas vem sendo amplificado em ações cotidianas por segmentos da sociedade, que se apoiam na postura do presidente da República, um incentivador de confrontos, autor de uma política pública belicista e defensor do uso de armas pela população”, diz o presidente do Sindicato dos Jornalistas da Bahia, Moacy Neves.

Ele ressaltou que o Sindicato acompanhará o caso de perto e exigirá das autoridades uma investigação séria das agressões e da justiça uma punição exemplar aos agressores.