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Em Salvador, aulas variam entre R$ 15 e R$ 35 e acontecem ao ar livre
Vinicius Nascimento
Publicado em 6 de setembro de 2021 às 07:00
- Atualizado há um ano
Certamente, alguém já deve ter te falado um sonoro "dê seus pulos" em alusão à necessidade de resolver alguma situação. Praticantes do Kangoo Jump acham a expressão bastante oportuna e, de pulo em pulo, podem queimar de 800 a 1000 calorias por hora de aula. E você já ouviu falar em Kangoo Jump?
A modalidade vem ganhando adeptos em Salvador, com instrutores registrando mais de 120 alunas, principalmente, já que o exercício praticado com uma espécie de patins com molas chama muita atenção do público feminino. No entanto, a prática não é voltada somente para mulheres, afinal saúde não escolhe sexualidade. Com o Kangoo, é possível melhorar o condicionamento físico, aumentar coordenação motora e equilíbrio, diminuir o estresse e ajudar na recuperação para quem pratica esportes de alta intensidade já que os curiosos calçados reduzem em até 80% o impacto da atividade em relação ao esforço que seria feito com um tênis, por exemplo.
O educador físico Wiston Adan, 46, dá aula de Kangoo em sua academia e em condomínios há 11 anos. Ele conta que o interesse explodiu quando passou a fazer aulas na rua e confessa ter perdido a conta de quantos alunos tem sob sua tutela. Apesar do valor do equipamento ser bem caro, chegando até a R$ 3 mil, as aulas são acessíveis.
Adan dá aulas no Jardim de Alah às quartas, sextas e domingos, a partir das 7h. A aula tem 1h de duração e custa R$ 20 para quem não tem o equipamento e R$ 15 para quem tem o próprio Kangoo. O professor ainda oferece pacotes custando R$ 140 (com aluguel dos sapatos) e R$ 100 (com o próprio)."Essa questão da redução do impacto é fundamental e acho muito bacana. Já tive alunas fazendo aula com o dedo fraturado, eu mesmo já fiz aulas que com tênis não conseguia de jeito nenhum. E olhe que meu ritmo é alto. Minha aula é com exigência lá em cima e garanto que queima até 1000 calorias", afirma. Adan coordena alunas durante sessão de Kangoo Jump na orla (Foto: Arisson Marinho/CORREIO) Os movimentos que o Kangoo propõe são bem dançantes, as aulas costumam ser animadissímas e realmente aberta para todos os públicos. Em Piatã, a instrutora Laís Tourinho dá aula para alunas que vão dos 61 anos até figurinhas como Ana Louise, de 8.
Ana chama atenção: pratica o Kangoo desde os 6 anos e já tem todos os macetes, tanto que até antecipa movimentos da pró Laís. "Eu gosto de praticar porque gosto muito de dançar. É divertido demais", conta a pequena mascote da Tribo Kangoozeira, que se intitula assistente da pró Laís."O Kangoo tem 80% de impacto reduzido no equipamento. É o único no mundo que absorve tanto impacto. Ajuda no sistema linfático, ou seja ajuda a reduzir celulite e é ótimo para fazer cardio. Tenho algumas alunas que chegam aqui com caso de depressão forte e ouço relatos que o kangoo tem ajudado a sair desse estágio", afirma Laís. Ana Louise faz Kangoo desde os 6 anos (Foto: Arisson Marinho/CORREIO) A professora explica que as únicas restrições para a prática do Kangoo Jump são labirintite não-tratada e gravidez. Ela dá aula em Piatã, Jardim dos Namorados e Itaigara. Quem utiliza o equipamento da instrutora paga R$ 35 por aula, R$ 110 num pacote por 4 aulas e R$ 160 por mês. Quem tem o próprio paga R$ 25 por aula avulsa, R$ 60 por 4 aulas ou R$ 110 por todo o mês.
Preconceito As turmas de Kangoo são majoritariamente formada por mulheres e tanto alunas quanto instrutoras apontam que o preconceito é o grande responsável por isso. "Vemos muita gente parando, achando bacana, mas os homens ficam com vergonha de fazer", aponta Wiston Adan.
O CORREIO acompanhou aulas de duas equipes durante o domingo e, além de Adan, o único homem presente foi o autônomo Marco Antônio, de 53 anos. Ele era corredor de rua há 10 anos e começou a sentir incômodo no joelho neste ano. Procurou alguma atividade que reduzisse a dor para não ficar parado, até que conheceu o Kangoo por indicação de um amigo, procurou a aula e se apaixonou.
"Eu corria 7 dias por semana, e agora faço Kangoo 4 vezes e um dia de corrida. Acho que, de fato, existe muito preconceito, mas o esporte é minha vida. Eu curto, danço, tenho só 2 meses mas parece que tem muito tempo", afirma Marco Antônio.
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A instrutora Laís Tourinho acredita que, além do preconceito, a grande quantidade de mulheres faz com que se crie uma imagem errada de ser uma atividade exclusiva para o sexo feminino."Eu costumo dizer que o Kangoo é um esporte para todos, independente de ser homem ou mulher. Não há motivo para os homens não aderirem. Não existe restrição e é uma atividade como qualquer outra, então acredito que é por conta do preconceito e machismo, realmente", afirma a professora.Wiston Adan afirma que a atividade ajudou a melhorar bastante a sua qualidade de vida: hipertenso, ele diminuiu de 3 para 1 remédio de controle da pressão arterial e afirma que, devagarinho, consegue incentivar outros homens a quebrar essa barreira do machismo e se jogar. "Tem gente que já perdeu 30kg comigo. É uma aula boa, sem enrolação. Homens, venham cuidar do coração para não dar ruim", aconselha.