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Da Redação
Publicado em 20 de dezembro de 2020 às 09:56
- Atualizado há um ano
(Foto: Reprodução) O show de Natal de Caetano foi histórico. Finaliza um ano em que cada música dele foi trilha sonora fundamental para nós. (Eu mesmo ouvi A Long Way todo dia e chorei Quereres por meses.) A cada canção, uma lembrança deste ano tão desafiador e das pessoas que se foram, das pessoas que temos saudade, das pessoas com quem contamos. O show, como o ano, foi mesmo sobre pessoas. Quem somos, com quem somos e por quem somos. A família, perto ou longe, ali representada pelos filhos. A ancestralidade evocada nas memórias dos Natais de Santo Amaro, com presépios e folhas de pitanga. A Bahia de Caymmi, que "tem um jeito que nenhuma terra tem" (não mesmo). O Carnaval, na praça Castro Alves vazia de Aquele Frevo Axé. As crenças, sabedorias e ideologias: do orixá Tempo, de Hegel a Gil, de Hannah Arendt a Jonas Manoel. O povo: "gente é para brilhar e não para morrer de fome". Um mosaico que nos perfaz e nos liga, uns aos outros, como se formássemos um todo. Mas eis o paradoxo: não somos o todo-total. Sequer todo o Brasil somos. Há muitos que não riem nem choram, não admiram nem concordam com Caetano (e conosco). E é com esses tantos brasileiros e brasileiras que vamos ter de aprender a dialogar e compor o todo do Brasil que ainda está por vir. It's a long, long way.
Reveja o show:
* Texto originalmente publicado no Instagram e republicado com autorização