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Carmen Vasconcelos
Publicado em 30 de março de 2020 às 06:00
- Atualizado há 2 anos
Mais de 718 mil novos empregos nos últimos anos e um crescimento de cerca de 16% no ano passado. Segundo dados da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), vender pela internet se tornou nos últimos anos alternativa para muitos brasileiros que precisavam completar renda, driblar o desemprego ou que tinham o sonho de ser dono do próprio negócio.>
Um levantamento da plataforma para criação de lojas virtuais, a Loja Integrada, mostrou que 40% dos brasileiros que abriram uma loja virtual nos últimos dois anos eram funcionários no regime de Consolidação das Leis Trabalhistas.>
De acordo com o CEO da Loja Integrada, Pedro Henrique Freitas, esse crescimento se justifica pela democratização e popularização da internet. “Aliado a isso, há uma maior confiança dos consumidores em comprarem online e pelo tamanho geográfico do país, que permite que muitos consumidores tenham acessam a alguns produtos e preços mais competitivos pela internet”, defende.>
Freitas ressalta ainda as ofertas de plataformas self-service com bom custo benefício à disposição, que barateou muito a criação de uma loja online. “Apesar de ter crescido 2 dígitos nos últimos anos, a venda online corresponde somente a 5% do total do varejo, enquanto que, em países desenvolvidos, essas vendas chegam a 20%”, pontua. >
Freitas salienta as facilidades de criação das lojas on line e as possibilidades de pagamento e entrega das plataformas de e-commerce. “Segundo uma pesquisa que fizemos com os clientes da Loja Integrada, o investimento inicial varia de R$500 a R$5.000 em estoque de produto para começar a vender e o investimento mensal na plataforma nos planos pagos é a partir de R$49/mês”, diz.>
Em 2017, Alan Gomes Simões iniciou as vendas na loja virtual Besttenis, focada em moda, acessórios e calçados. “Já tínhamos loja física, porém estávamos acompanhando a crescente do mercado digital e isso foi um dos motivos para entrarmos no negócio. Queríamos impulsionar as vendas por meio do e-commerce”, conta. Para ele, entre as vantagens desse tipo de negócio está um número pequeno de colaboradores, sem a obrigatoriedade de cumprir u m horário de abertura. “No e-commerce, as vendas acontecem 24 horas, não precisa manter show room arrumado, é muito mais econômico que a loja física, mas acho que uma complementa a outra”, afirma. Para ele, os desafios dizem respeito aos prazos e os custos de entrega.>
Karen Neves deixou de lado uma carreira no mundo corporativo para abrir uma loja virtual com foco em animais de estimação. Foi assim que surgiu a Zen Animal (www.zenanimal.com.br) - e-commerce de produtos naturais e especiais para cães e gatos. “Na época não foi uma escolha fácil, abandonar um bom salário fixo no fim do mês, o horário regrado de trabalho e férias todos os anos, para trabalhar 7 dias por semana sem parar, mas foi sem dúvida a melhor decisão que tomamos e, hoje, empreender já faz parte da nossa vida, não me vejo fazendo outra coisa.”, comenta.>
Para o futuro, Freitas acredita que a tendência é que as virtuais passem a vender nos marketplaces, além do próprio site e buscar formas de entregas mais rápida, dada a característica desse consumidor ser mais ansioso ao comprar online. “O desafio está em aumentar os canais online de venda a partir da sua loja já montada, combinado com um prazo de entrega menor, para aumentar a conversão da sua loja. Além de outros segmentos que tendem a aumentar a participação por conta das redes sociais, como instagram, facebook...é o caso do segmento de moda e pets, por exemplo”, conclui.>
Relato de Gabriella Rocha – Stolli Intimates>
"Eu trabalhava como executiva em um fundo de investimento, com isso vi que era possível tirar do papel o meu desejo de ter a minha própria marca. Montei meu plano de negócios em janeiro de 2019 e comecei a estudar as possibilidades. Criei a primeira peça em outubro e comecei o negócio em novembro do mesmo ano. Um dos pontos positivos da loja virtual é o baixo custo operacional, onde é possível iniciar o negócio com custos reduzidos, já que não é necessário uma série de despesas que o espaço fisico exige. Por isso mesmo, enxergo inúmeras vantagens, não só para mim, como para as minhas clientes.>
Pensando no meu lado enquanto empreendedora, pontuo as facilidades do acesso, onde uma pessoa em qualquer localidade pode ser tornar minha cliente, já que não existem fronteiras para o mundo digital. Logo, o poder de alcance é maior. >
Um outro ponto é que acho vantajoso poder trabalhar em casa, acabo produzindo mais e otimizando meu tempo, pois não preciso enfrentar trânsito para deslocamento. Outra vantagem é que com o custo mais baixo, consigo oferecer um preço mais competitivo, mesmo garantindo a excelência do produto e do lucro. >
Analisando as vantagens para as pessoas que compram por e-commerce, destaco a praticidade de não precisar sair de casa para adquirir o produto que deseja, além de ter uma disponibilidade maior para falar com o vendedor, já que não existe um horário de funcionamento tabelado.>
Costumo dizer que para conquistar a cliente eu só preciso de um sim. Escolhi o ramo de moda intima e, normalmente, as mulheres compram as marcas que já estão acostumadas, então o fato de não ter um ponto físico para conhecer a peça antes de efetuar a compra é uma barreira.>
Algumas pessoas ainda acham que ter o seu próprio negócio é sinônimo de que irá trabalhar menos e isso é uma grande ilusão. O empreendedor precisa se dedicar integralmente, principalmente nos primeiros anos. Uma outra dica seria para que o negócio não seja encarado como hobby. O êxito de uma empresa consiste na dedicação e poucos hobbys exigem isso".>