Manifesto supremacista de autor do massacre na Nova Zelândia cita Brasil

Tarrant cita país como exemplo de “país enfraquecido pela diversidade étnica”

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  • Da Redação

Publicado em 16 de março de 2019 às 09:14

- Atualizado há um ano

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Apontado como autor do ataque às duas mesquitas em Christchurch que matou 49 pessoas e feriu outras 48, na Nova Zelândia, na sexta-feira (15), Brenton Tarrant, 28 anos, escreveu um texto, no qual cita o Brasil. O documento de 73 páginas foi compartilhado em uma conta no Twitter atribuída a ele. Nos escritos, Tarrant se define como  “um homem comum, nascido na Austrália em uma família de classe trabalhadora e de baixo salário”. 

Segundo a emissora australiana ABC, Brenton Tarrant trabalha como personal trainer voluntário e atende crianças gratuitamente.  No seu manifesto de 73 páginas,  ele defende ideias racistas e xenófobas. O arquivo, intitulado The Great Replacement (a grande substituição, na tradução do inglês), é um tratado sobre supremacia branca, com condenação à diversidade racial, elogios a Donald Trump e ao Brexit – saída da Grã-Bretanha da União Europeia (UE), ofensas a imigrantes e referências a jogos de videogame. Tarrant transmitiu o massacre de sexta-feira (15), durante 17 minutos, ao vivo, pelo Facebook. A empresa afirmou que excluiu todos os registros da rede social, assim que foi informada sobre o caso.  Tarrant cita o Brasil em seu texto como exemplo de “país enfraquecido pela diversidade étnica”. No trecho sobre o Brasil, ele diz: “Com toda a sua diversidade racial, o Brasil está completamente fraturado como nação, onde as pessoas não se dão umas com as outras e se separam e se segregam sempre que possível”. O australiano, em diversos trechos do texto, se posiciona como “um nacionalista branco” e cita as origens esconcesa, irlandesa e inglesa de seus pais. Ele revela também que se inspirou em Anders Breivik, que promoveu dois ataques, em 2011, na Noruega, matando 77 pessoas (veja  quadro ao lado).

Em entrevista à RFI (Rádio França Internacional), o norte-americano Paul Buchanan, especialista em  relações internacionais, revelou que a Nova Zelândia tem visto crescer uma onda de intolerância a estrangeiros, inclusive com  ataques a imigrantes nas ruas. SegundoBuchanan, esse contexto influncia  a islamofobia e a xenofobia e motivam ataques como os de Christchurch.