Marinha homenageia militares brasileiros mortos durante guerras

O dia 21 de julho é a data escolhida por marcar o aniversário de naufrágio de uma embarcação durante a 2ª Guerra 

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  • Gabriel Amorim

Publicado em 21 de julho de 2020 às 19:23

- Atualizado há um ano

. Crédito: Tiago Caldas/CORREIO

O dia 21 de julho é uma data marcante para a Marinha do Brasil. É o dia escolhido para homenagear todos aqueles que morreram em confrontos e guerras à serviço da Marinha em toda a história do país. Marca também o aniversário de naufrágio de um navio da frota durante a 2ª Guerra Mundial.

A cerimônia em homenagem à Memória dos Mortos da Marinha em Guerra aconteceu na manhã desta terça-feira (21), na sede do Comando do 2° Distrito Naval, e contou com a leitura da chamada Ordem do Dia do Comandante da Marinha, seguida de uma salva de tiros, disparada por um pelotão de fuzilaria do Grupamento de Fuzileiros Navais de Salvador, e da execução do toque de silêncio. Depois, flores foram depositadas na Baía de Todos-os-Santos pelos militares a bordo de uma lancha.   Flores foram colocadas na Bahia de Todos os Santos como símbolo das homenagens (Foto: Tiago Caldas/CORREIO) Para o Comandante do 2º Distrito Naval, o Vice-Almirante André Luiz Silva Lima de Santana Mendes, é necessário cultuar a memória daqueles que ofereceram suas vidas pela defesa do nosso país, deixando um legado para as gerações atuais. “A importância da homenagem está na mensagem, incentivo e significado de louvarmos nossos antepassados, que deram suas vidas, para que pudéssemos ser donos dos destinos das nossas vidas. E que assim possamos fazer pelas gerações futuras”, afirmou.

A ordem do dia, discurso lido durante a cerimônia, começa com as razões para lembrar dos brasileiros que foram mortos em guerra vestindo a farda de militares da Marinha. “Os heróis de ontem, de hoje e de sempre das Marinhas de Guerra e Mercante são reverenciados, no dia de hoje, pelo sacrifício de suas vidas nos conflitos do Brasil em defesa da sua integridade territorial e segurança do tráfego marítimo e, sobretudo, da sua liberdade e valores democráticos”, diz o texto assinado pelo Almirante de Esquadra e Comandante da Marinha, Ilques Barbosa Junior. 

Outro trecho do texto destaca as razões pelas quais a cerimônia segue sendo realizada há mais de 70 anos. “Ao observamos os feitos do passado e do presente, somos instados a honrar nossos marinheiros e fuzileiros navais, mantendo o seu legado de profissionalismo, disciplina e patriotismo. Os exemplos de comprometimento com a Pátria, forjados na superação e na adversidade, daqueles que ofereceram suas vidas pela defesa da nossa terra continuam a nos inspirar. Dessa forma, em homenagens, como a que realizamos, nos comprometemos a manter nas mentes e corações dos brasileiros, a certeza de que nossos heróis, cuja morada final é o mar, serão sempre reverenciados”, finaliza o discurso. 

Segunda guerra A cerimônia marca o aniversário do naufrágio da corveta “Camaquã”, ocorrido em 21 de julho de 1944, durante missão de escolta na 2ª Guerra Mundial. “Novamente o mar teve destaque. A Marinha do Brasil, por intermédio da Força Naval do Nordeste, e do Grupo-Patrulha do Sul, posteriormente, denominado Força Naval do Sul, foi responsável pelo patrulhamento das nossas águas, pela escolta e proteção dos 575 comboios, totalizando 3.164 navios, que trafegavam no Atlântico”, conta o comandante Ilques na ordem do dia. 

O texto lembra ainda a perda do catamarã que motivou a escolha da data, além de outras embarcações. “O saldo dessa guerra para o Brasil incluiu as perdas do Navio-Auxiliar Vital de Oliveira, da Corveta Camaquã e do Cruzador Bahia, nos quais tombaram 467 brasileiros. Devemos ainda ressaltar a bravura, de sempre, da Marinha Mercante, que com postura corajosa e patriótica manteve o comércio marítimo brasileiro, apesar do afundamento de 33 navios e da perda de 982 vidas. A capacidade de superação desses marinheiros, dos quais muitos sobreviventes continuaram a navegar em outros navios até o final do conflito, é digna de respeito e reverência”, destaca o discurso.   

*Com orientação da subeditora Clarissa Pacheco