Menos digital, mais pedal no dia a da de Salvador

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  • Da Redação

Publicado em 19 de junho de 2019 às 05:00

- Atualizado há um ano

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Segundo o jornal The Washington Post do último dia 15, menos crianças estão usando bicicletas nos EUA. De acordo com os especialistas, a queda na utilização é efeito direto do aumento do tempo em frente às telas de celulares, games, computadores e TVs. Assumo que fiquei chocado quando li isso, mas confesso que não surpreso.

Os fabricantes e lojas de bicicletas nos EUA se preparam para tempos difíceis diante de uma pesquisa de mercado que mostra menos crianças usando bicicleta, ao tempo que os preços de equipamentos devem aumentar com as tarifas impostas pelo governo Trump sobre produtos fabricados na China. Aliás, em termos de tarifas, aqui no Brasil, as magrelas já são “engordadas” em muito, no que diz respeito aos impostos. Inventaram até uma “Bike Clandestina” - campanha online criada pela agência Talent Marcel que alerta sobre as altas cargas tributárias aplicadas às bicicletas.

A Bike Clandestina é, na verdade, um protótipo de bicicleta que vira poltrona e mesa. Dessa forma, o comprador poderia escolher o formato do objeto que estaria adquirindo: um móvel (pagando até 12% de impostos), ou bicicleta, (pagando até 70% de impostos). E lógico que todos nós compraríamos “móveis para pedalar” não é mesmo?

No Brasil, sim, uma bike paga muito mais imposto do que os móveis, podendo chegar a até 70% (no caso, de uma bike importada), o que torna este produto muitas vezes até inacessível à maioria dos ciclistas. O fato é que além dos impostos que afastam a bicicleta dos consumidores, a vida digital exagerada de nossas crianças pode gerar um efeito cascata danoso para nossa sociedade.

Segundo um estudo feito em 2018 pela American Heart Association, crianças e adolescentes entre 8 e 18 anos passam em média mais de sete horas por dia diante da tela. Certamente sobra muito pouco tempo para atividades ao ar livre, incluindo a bicicleta, é claro. Me lembro quando no Natal e Dia das Crianças as bicicletas eram um dos presentes mais desejados pelos pequenos, isso num passado não tão distante. Aqui no Brasil, os que têm mais de 45, como eu, certamente lembram da célebre campanha cujo mote era: “Não esqueça da minha Caloi".

Esse quadro mudou muito nos dias de hoje, segundo informações da pesquisa. Em nossa cidade, o prefeito ACM Neto criou o programa Salvador Vai de Bike, um amplo conjunto de iniciativas de estimulo ao uso da bicicleta. Além de ser uma das cidades do Brasil que mais avançou na infra-estrutura cicloviaria - saímos de 35 km para mais de 245km. Desde 2013, possuímos programas como Circuitos de Minibike para Crianças, realizados semanalmente, além de eventos especiais, bem como espaços destinados para o pedal, como ruas de lazer nos bairros, Parque da Cidade, Dique do Tororó, entre outros.

Precisamos nos mobilizar, pais, avós, titios e titias, educadores, todos, para refletir sobre os dados expostos nessa pesquisa nos EUA, que certamente aponta uma tendência global. Vamos mobilizar nossos pequeninos para mais pedal e menos digital em nossa cidade.

Isaac Edington é Presidente da Saltur, Empresa Salvador Turismo Prefeitura de Salvador e coordenador do Movimento Salvador Vai de Bike

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