Mercado vai migrar do hidrogênio cinza para o verde gradualmente, projeta Unigel

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Publicado em 26 de julho de 2022 às 14:00

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Unidade da Unigel no Polo Industrial de Camaçari (Foto: Divulgação) Mesmo com o início da produção de hidrogênio e amônia verdes, a partir de dezembro de 2023, a Unigel pretende manter a fabricação dos produtos a partir do petróleo. Segundo Roberto Noronha Santos, CEO da empresa, o desejo da empresa é que o aumento na produção de hidrogênio de agora seja de origem verde – ou seja, totalmente sem emissão de carbono e com energia nova.  “Nós somos pioneiros e ainda é difícil adivinhar o que vai acontecer, tudo vai depender da demanda. Vamos ampliar a velocidade de produção de amônia, a questão é a velocidade da conversão para o verde”, explica. 

Os preços do hidrogênio e da amônia estão impactados atualmente pela guerra entre a Rússia e a Ucrânia, grandes produtores mundiais. Quando as coisas retornarem à normalidade, a expectativa da Unigel é de que os produtos de origem verde custem um pouco mais que os feitos à base de petróleo. “O hidrogênio e a amônia verdes terão um sobrepreço inicialmente, mas acredito que isso vai melhorar à medida em que a tecnologia se expanda. A descarbonização não será opcional”, calcula Noronha dos Santos. 

“Estamos fazendo um investimento com um risco que a gente não conhece, com um preço que deve ser mais alto, pelo menos no início, tenho que acreditar que vai dar certo. Estamos tomando uma decisão corajosa, na crença de que o mundo está indo por este caminho”, diz. Área onde será instalada unidade para produção de hidrogênio verde, no Polo de Camaçari (Foto: Donaldson Gomes) Nesta terça-feira (26), a Unigel lançou a pedra fundamental da primeira fábrica em escala comercial de hidrogênio e amônia verdes do Brasil, com um investimento de US$ 120 milhões – aproximadamente R$ 650 milhões. A partir de dezembro de 2023, a empresa irá produzir o “combustível do futuro”. Inicialmente, a unidade terá capacidade de produzir 10 mil toneladas de hidrogênio verde por ano e 60 mil toneladas/ano de amônia verde.

A nova fábrica deve estimular a economia local, com geração de pelo menos 500 empregos diretos e indiretos. Na segunda fase do projeto, prevista para entrar em operação até 2025, a companhia deve quadruplicar a produção de hidrogênio e amônia verdes.

A fabricação de hidrogênio e amônia verdes já é um desdobramento de outras ações que a Unigel tem feito, como a parceria para produção de energia eólica, em valor superior a R$ 1 bilhão, com a Casa dos Ventos, uma das maiores empresas de geração de energia a partir de fontes renováveis do país. “A Unigel está focada em investimentos que permitam a descarbonização de suas operações e também contribuindo com soluções para a indústria”, declara Roberto Noronha Santos.

Além de alimentar os sonhos de uma fonte energética livre de carbono, a produção do hidrogênio verde e a sua conversão para amônia verde representa o horizonte de uma produção agrícola mais sustentável, com os chamados fertilizantes verdes. Parte da produção, inclusive, deve ser direcionada para a Unigel Agro, fábrica de fertilizantes que a empresa arrendou da Petrobras, a antiga Fafen. 

Roberto Noronha Santos destacou, durante uma conversa com um pequeno grupo de jornalistas brasileiros e estrangeiros ontem em Camaçari, que a empresa está saindo na frente dos concorrentes em dois anos graças à estrutura que ela já possui na Bahia. “Camaçari tem bastante investimentos nossos. É o único local em que temos todas as nossas linhas de produtos”, destaca. Ele aproveitou para lembrar de um outro investimento da empresa que está em andamento no polo, de R$ 500 milhões para a produção de ácido sulfúrico.  Terminal para movimentar amônia, no Porto de Aratu, é um dos diferenciais da empresa no mercado (Foto: Donaldson Gomes) Luiz Felipe Fustaino, diretor executivo da Unigel, lembrou que nos últimos anos foram anunciados diversos projetos para a produção de hidrogênio verde, mas nenhum em escala comercial, pondera. “Se o tema da vez é descarbonização, estamos nos posicionando como pioneiros, na vanguarda de um processo que virá”, diz. “A expectativa é de termos a planta pronta até o final de 2023 e aí teremos a maior fábrica de hidrogênio e de amônia verde do mundo, focando em clientes brasileiros que estão buscando alternativas de descarbonização, completou.

“Ao longo de nossos quase 60 anos de história, desenvolvemos tecnologias e investimos para atender às demandas industriais e do agronegócio. Com este projeto, a Unigel dá mais um importante passo rumo à descarbonização de diversos setores, contribuindo substancialmente para combater as mudanças climáticas do planeta”, afirma Henri Slezynger, fundador e presidente do Conselho de Administração da Unigel. 

“O projeto da Unigel é o primeiro do gênero no Brasil e reforça o pioneirismo e empreendedorismo desta que é uma das maiores empresas químicas do País. Ficamos muitos orgulhosos e honrados por firmar essa nova parceria e compartilhar a experiência e a capacidade de fornecimento inigualável que adquirimos ao longo de seis décadas desenvolvendo nossa tecnologia de eletrólise”, diz Paulo Alvarenga, CEO da thyssenkrupp para a América do Sul, em nota.