Mesmo sem estrutura médica, Caraíva é reaberta nesta terça para entrada de turistas

Há dois meses, moradores relataram ao CORREIO a chegada de dois casos de covid-19 no distrito

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  • Da Redação

Publicado em 1 de setembro de 2020 às 18:11

- Atualizado há um ano

. Crédito: Igor Neves/Divulgação

Localizado a cerca de duas horas de Porto Seguro, o distrito paradisíaco de Caraíva, no Sul da Bahia, foi reaberto à visitação turística nesta terça-feira (1º). O secretário de Turismo de Porto Seguro, Paulo Magalhães, informou ao CORREIO que a entrada de turistas no local vinha sendo adiada, mas a administração municipal preferiu não prolongar o fechamento para não gerar prejuízos para os turistas que já tinham adquirido passagens e reservas em pousadas e hotéis.

“A opinião estava dividida entre os donos de pousadas, que estavam com um número razoável de reservas, em função do feriado de 7 de setembro e, por outro lado, alguns moradores achavam que não devia abrir. Como nós já tínhamos adiado duas vezes, a prefeitura entendeu que já estava na hora de reabrir”, explica Magalhães.

A gestão municipal criou um conjunto de protocolos sanitários chamado Porto Mais Seguro, no qual descreve as medidas de restrição que devem ser adotadas por cada segmento turístico: hospedagem, gastronomia,  agentes receptivos e atrativos em ambientes fechados e abertos.

Conforme o documento, todos os trabalhadores como guias, garçons, recepcionistas e demais, devem utilizar máscara e face shield no atendimento. Os transportes, restaurantes, bares e hotéis devem manter apenas 50% da capacidade de pessoas. O secretário afirmou ainda que cada estabelecimento assinou um termo de responsabilidade em que se propõe a cumprir as regras do protocolo e só receberam liberação de funcionamento após visita da Vigilância Sanitária.

Sem estrutura médica

No fim de junho, o CORREIO publicou uma matéria sobre a chegada dos dois primeiros casos de covid-19 no distrito de Nova Caraíva e o medo da população local, já que lá não existe estrutura sanitária para tratamento da doença. Paradisíaca, a charmosa vila é de difícil acesso, com entrada via estrada de terra e depois travessia pelo rio. Mesmo com essa dificuldade, o vírus chegou lá. 

Nenhum dos dois distritos tem uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) ou hospital. O que existe é somente uma Unidade Básica de Saúde (UBS), com enfermeiros e técnicos de enfermagem. Também não há médico permanente, apenas um clínico geral que se reveza entre as duas localidades, duas vezes por semana em cada uma. 

Para os casos mais sérios, os pacientes de Caraíva devem atravessar o rio - na maca, dentro de uma canoa - para que uma ambulância os levem a Porto Seguro, aguentando os solavancos da estrada de terra até lá. Mas, até a estrutura de Porto Seguro, não é tão grande coisa: só são 20 leitos de UTI e 10 leitos de enfermaria destinos para a doença. A cidade é a sexta mais visitada na Bahia e tem população de quase 150 mil habitantes. 

Até esta segunda-feira (31), Porto Seguro tinha 2.500 casos confirmados de covid-19 e, deste total, 2.117 são considerados recuperados. Ao todo, 48 pessoas morreram na cidade. Em Caraíva, seis casos da doença já foram registrados.