Ministério da Saúde lança levantamento sobre saúde bucal dos brasileiros

Na Bahia, 19 municípios farão parte do projeto que visa identificar principais doenças ou problemas odontológicos da população

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  • Da Redação

Publicado em 14 de fevereiro de 2022 às 14:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Divulgação

Para analisar a saúde bucal e identificar as principais doenças ou problemas odontológicos da população e, assim, subsidiar políticas públicas, o Ministério da Saúde lançou a terceira edição da pesquisa SB Brasil – Pesquisa Nacional de Saúde Bucal. Esse é o maior levantamento sobre esse tema já feito no País. O investimento total na pesquisa, feito pela Secretaria de Atenção Primária, é de R$ 4 milhões.

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Segundo o MS, deste mês até junho, a pesquisa entra na etapa de coleta de dados, começando pelas capitais brasileiras e alcançando, posteriormente, o interior. Na Bahia, além de Salvador, outras 18 cidades receberão os profissionais (ver lista mais abaixo).

A SB Brasil se baseia na busca ativa: a equipe de campo vai até a casa das pessoas para fazer a avaliação bucal. No total, serão examinados 50,8 mil moradores de 422 municípios (a maior amostra entre todos os levantamentos já feitos). A pesquisa nacional é feita a cada 10 anos e, inicialmente, estava prevista para ser realizada em 2020, mas precisou ser adiada em decorrência da pandemia de Covid-19. 

Quem participa A pesquisa se baseia na coleta de dados socioeconômicos, por meio de questionário, seguida da avaliação da saúde bucal, com um exame físico, de pessoas das seguintes idades: 5 anos, 12 anos, 15 a 19 anos, 35 a 44 anos e 65 a 74 anos. Assim, são identificadas as necessidades e agravos bucais mais prevalentes. Esse trabalho é realizado por equipes de campo compostas por 2,5 mil profissionais da Atenção Primária à Saúde (APS) em todo o Brasil. Os agravos identificados terão estimativas por estados, capitais e regiões de municípios do interior. 

Sobre a pesquisa A SB Brasil é um levantamento epidemiológico conduzido pela Coordenação-Geral de Saúde Bucal do Ministério da Saúde, que caracteriza as condições dentárias da população brasileira. Por meio do levantamento, são verificadas a prevalência de agravos de saúde bucal (como dentes cariados, perdidos e obturados, doenças periodontais, necessidade de próteses dentárias, aparelhos ortodônticos, condições da oclusão e traumatismo dentário), condições de acesso, principais serviços acessados, periodicidade da visita ao dentista, ocorrência de episódios agudos de agravos bucais, impacto das condições de saúde bucal na qualidade de vida e outras necessidades dentárias. 

Essas informações viabilizam a proposição de políticas públicas e estratégias (nas esferas nacional, estaduais e municipais), assim como o monitoramento e avaliação das estratégias em curso da Política Nacional de Saúde Bucal (PNSB), e marca a continuidade de pesquisas realizadas em 2003 e 2010, consolidando uma série histórica. Também oferecem condições de avaliar a evolução das condições de saúde bucal longitudinalmente e comparando com outros países.

Em dezembro de 2021, Belo Horizonte recebeu a iniciativa como cidade piloto da pesquisa. As equipes de saúde treinadas fizeram a coleta de dados com moradores da capital mineira para ajustar 

detalhes técnicos antes de expandir para o restante do País. A SB Brasil tem a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) como instituição técnica responsável, e conta com apoio das secretarias estaduais e municipais de saúde, do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas/OMS), de universidades e institutos de pesquisa em saúde pública, do CFO e de instituições representativas da área de odontologia no País.

Outras iniciativas Além da SB Brasil, o Ministério da Saúde fará mais dois lançamentos nesta sexta (11). Um deles é o da segunda edição do Guia de Orientações para Atenção Odontológica no Contexto da Covid-19. O material foi desenvolvido pela Pasta em parceria com o CFO para orientar gestores e profissionais na organização dos serviços de saúde bucal no contexto da pandemia. A nova edição atualiza o guia de 2020 com base em novas evidências científicas disponíveis, considerando o cenário epidemiológico mais atual.

Também será anunciado o Censo Demográfico da Força de Trabalho Odontológica no Brasil. A pesquisa tem o objetivo de descrever o perfil dos trabalhadores da área de odontologia, considerando as cinco categorias profissionais regulamentadas hoje: cirurgiões-dentistas, técnicos em auxiliares em saúde bucal e técnicos e auxiliares em prótese dentária. Os resultados também mostrarão qual a distribuição e as potencialidades da força de trabalho em saúde bucal no País. O censo será desenvolvido pelo Conselho Regional de Odontologia do Rio de Janeiro (CRO-RJ), em parceria com o CFO e a Opas. O Ministério da Saúde investiu R$ 500 mil na ação.

O evento ainda será palco para a Reunião dos Coordenadores Estaduais de Saúde Bucal (com representantes de todas as unidades da federação) em conjunto com a Coordenação-Geral de Saúde Bucal do Ministério da Saúde, que ocorrerá no período da tarde.

As cidades baianas que farão parte da pesquisa:

1.    Belo Campo 2.    Camaçari 3.    Canudos 4.    Cordeiros 5.    Eunápolis 6.    Feira de Santana 7.    Guanambi 8.    Itabuna 9.    Itamari 10.    Jaguaquara 11.    Livramento de Nossa Senhora 12.    Morro do Chapéu 13.    Paulo Afonso 14.    Prado 15.    Saubara 16.    Teixeira de Freitas 17.    Valença 18.    Vitória da Conquista 19.    Salvador.