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Da Redação
Publicado em 17 de abril de 2021 às 14:11
- Atualizado há 2 anos
Uma servidora do Ministério da Saúde que fez parte da comitiva enviada pela pasta a Manaus, às vésperas do colapso no sistema de saúde do Amazonas, revelou em depoimento ao Ministério Público Federal (MPF), que a transferência de pacientes para outros estados foi adiada até que houvesse “óbitos em ambulância”, falta de leitos e “colapso de oxigênio”. As informações são do jornal O Globo.>
De acordo com a servidora, a reunião realizada entre integrantes do governo do Amazonas e do Ministério da Saúde discutiu a possibilidade de transferir pacientes com covid-19 para outros estados no dia 12 de janeiro, dois dias antes de o sistema de saúde local entrar em colapso pela falta de leitos e de oxigênio hospitalar.>
Mesmo diante do cenário pré-colapso, a decisão de iniciar as transferências só foi tomada depois do dia 14, quando o sistema não suportava mais a demanda. Na ata da reunião, a indicação foi: “Essa decisão só será tomada em situação extremamente crítica”.>
O MPF investiga a possível omissão do governo federal e estadual no episódio. Ainda segundo O Globo, no depoimento, os procuradores questionaram Paula Eliazar sobre o motivo de o Ministério da Saúde e o governo amazonense terem esperado o colapso do dia 14 para só então iniciar as transferências e o que significava a expressão “situação extremamente crítica”, contida na ata da reunião.>
Ainda em janeiro, documentos obtidos pelo Ministério Público de Contas indicavam que 31 pessoas morreram por falta de oxigênio em Manaus nos dias 14 e 15 de janeiro, quando a capital atingiu o ápice da falta do insumo. Parentes de pessoas internadas tiveram que comprar cilindros com o gás por conta própria.>