Momento histórico: OMS libera uso em massa da primeira vacina contra malária

Em desenvolvimento há 30 anos, a vacina apresentou uma redução de 30% nos casos graves e mortais da doença

Publicado em 6 de outubro de 2021 às 23:13

- Atualizado há 10 meses

. Crédito: Getty Images

A OMS (Organização Mundial da Saúde) recomendou, nesta quarta-feira (06), a aplicação em massa da vacina aprovada contra a malária em crianças de regiões com altas taxas de transmissão, como a África Subsaariana.   A RTS,S/AS01 – ou Mosquirix –, é uma vacina desenvolvida pela farmacêutica britânica GlaxoSmithKline (GSK), após 30 anos de pesquisa e desenvolvimento, com apoio de entidades e centros de pesquisa africanos, afirma a OMS.   A decisão foi feita com base na análise dos resultados de um programa piloto que continua em andamento em Gana, Quênia e Malaui. Desde 2019, o estudo atingiu mais de 800 mil crianças e vai continuar em execução para avaliar o impacto da medida. Das 10 milhões de doses previstas no programa de testes, mais de 2 milhões já foram aplicadas.   A organização avalia que a RTS,S/AS01 teve "alto impacto" na vida real, com redução de 30% nos casos de malária grave e mortal.   "Esta é uma vacina desenvolvida na África por cientistas africanos, e estamos muito orgulhosos", afirmou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus. "Esta vacina é um presente para o mundo, mas seu valor será sentido mais na África."   A OMS indica que a vacina deve ser aplicada em um esquema de 4 doses em crianças a partir dos cinco meses, a fim de prevenir a doença e reduzir o impacto da malária entre os que forem contaminados.   “Este é um momento histórico. A tão aguardada vacina contra a malária para crianças é um avanço para a ciência, a saúde infantil e o controle da malária”, disse Tedros. “Além das ferramentas existentes para prevenir a malária, usar esta vacina pode salvar dezenas de milhares de vidas jovens a cada ano.”   Segundo a OMS, mais de 260 mil crianças africanas com menos de cinco anos morrem de malária anualmente, a maior causa de adoecimento e morte de crianças na região.