Moro sobre Vaza-jato: 'Está claro que o objetivo é soltar o Lula'

Ministro garantiu que Glenn não será deportado

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  • Da Redação

Publicado em 8 de agosto de 2019 às 19:38

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Agência Brasil

O ministro da Justiça e ex-juiz responsável pelas ações da Lava-jato em Curitiba, Sergio Moro abriu o jogo sobre os diálogos da operação vazados pelo site "The Intercept". O magistrado voltou a garantir que não cometeu nenhuma ilegalidade e afirmou que os vazamentos tem o objetivo de soltar Lula."Se formos analisar de maneira objetiva o que foi feito, os diversos processos, os casos de corrupção identificados, as responsabilizações, veremos que foi algo inédito na história do País. Nós tínhamos uma tradição de impunidade no que se refere à grande corrupção e essa tradição foi alterada", afirmou ele em entrevista à revista Istoé."Isso, em parte, graças ao mérito da Lava Jato. E esse mérito não foi impactado. Até porque, mesmo abstraindo a falta de demonstração de autenticidade dessas mensagens, ninguém fala em fraudar provas, em incriminar um inocente. O que existe ali são mensagens inócuas. Está claro que um dos objetivos é anular condenações, entre elas a de Lula", completou o ministro.

O ex-juiz voltou a defender a tese de que as mensagem provém de um hackeamento ilegal. "Há pessoas presas por isso. Viu-se uma grave violação de privacidade, não só minha, mas de diversas outras autoridades".

Agora o ministro espera pelo prosseguimento da ação criminal que investiga os vazamentos. Para ele é um passo natural ouvir todas as pessoas que estão relacionadas ao inquérito, inclusive Manuela D'Ávila. Entretanto, ele garantiu que o jornalista Glenn Greenwald não será deportado."Primeiro, ele já está no País. Segundo, não está enquadrado em nenhuma dessas condutas criminais. E, terceiro, pelo fato de ser casado com um brasileiro, e ter filhos brasileiros, ele sequer poderia ser deportado. Então, temos de ter cuidado com essas tentativas de gerar ainda mais sensacionalismo. A medida não tem nada a ver com o caso do jornalista do Intercept", completou ele à Istoé.