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Da Redação
Publicado em 14 de julho de 2020 às 13:30
- Atualizado há 2 anos
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nesta terça-feira (14) que acredita que o ex-ministro Sergio Moro seja um nome forte para as próximas eleições presidenciais, caso resolva ser candidato. >
“Se disputar eleição, tem muita chance de chegar ao segundo turno. Todos os movimentos dele têm sido de político, não é mais de ex-ministro ou de ex-juiz", afirmou Maia em entrevista à rádio Metrópole.>
Maia avaliou também que a incerteza sobre o Brasil lá fora aumentou por conta da política ambiental do governo e dos atos antidemocráticos que aconteceram aqui. Ele disse que a participação do presidente Jair Bolsonaro nos atos passa um sinal preocupante para investidores estrangeiros,>
“A ida de presidente aos atos sempre gera preocupação. Me preocupa porque afeta a imagem no exterior, onde a taxa de incerteza em relação ao Brasil aumentou por causa dos atos antidemocráticos e do meio ambiente”, acredita.>
Questionado sobre quem deve ser seu sucessor no comando da Câmara, o deputado afirmou que acha que um candidato apoiado pelo governo não deve ter muitas chances. “Acredito que a Câmara escolherá um candidato independente do Poder Executivo, mas que dialogue com o presidente Bolsonaro e trabalhe com harmonia. Acho que esse é o perfil que vão escolher", diz.>
Apesar das falas, Maia reconhece que a interlocução com Bolsonaro melhorou nas últimas semanas. Ele diz que isso é essencial para a construção de caminhos no pós-pandemia que permitam que o Brasil volte a crescer.>
“Temos mantido contato no que é fundamental. Não temos que ter a vaidade de ser chamado toda hora, ser ouvido toda hora. Minha relação com ele é saudável, não é de proximidade, mas é de respeito. Quando não consigo conversar com ele, falo com ministros da articulação política, como o (Luiz Eduardo) Ramos”, relata o deputado.>
Avaliando alguns momentos críticos do governo, Maia considerou que o dia da demissão de Luiz Henrique Mandetta do Ministério da Saúde foi pior do que a saída "do filhote do Olavo de Carvalho", como se referiu ao ex-ministro da Educação Abraham Weintraub.>
“Para tirar do foco a demissão de Mandetta, ele (Bolsonaro) me atacou em entrevista para canal fechado e eu tive que ter equilíbrio para não reagir no mesmo tom, o que poderia ter impacto na sequência das ações de combate ao coronavírus", contou.>
Já sobre a relação com o ministro da Economia, Paulo Guedes, Maia considerou que o pior momento foi no início da pandemia, durante debate sobre o projeto de auxílio financeiro para Estados e municípios.>
Ao falar dos mais de 30 processos de impeachment contra Bolsonaro parados em suas mãos, Maia afirmou que em meio a uma pandemia a saída de um presidente seria crítica. “Tema do impeachment é tema político. No meio de uma pandemia, tratarmos desse tema aprofundaria a crise, que está matando muita gente, afetando a economia e tirando empregos. Só aprofundaria dificuldades que passamos e que passaremos ainda mais.”>